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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ARLETE NOGUEIRA DA CRUZ

Fonte: http://users.elo.com.br

 

ARLETE NOGUEIRA DA CRUZ

 


Arlete Nogueira da Cruz (Machado) nasceu na estação ferroviária de Cantanhede, no interior do Maranhão, em 1936. Licenciada em filosofia pela Universidade Federal do Maranhão, cursou o mestrado em Filosofia Contemporânea na PUC/RJ, defendendo dissertação sobre Walter Benjamin. É professora aposentada da UFMA e exerceu também a docência na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde lecionou Filosofia Contemporânea.

Livros publicados: A parede (romance, edições: 1961, 1993, 1998), Cartas da paixão ensaios filosóficos, edições: 1969, 1998), Compasso binário (romance, edições: 1972, 1998), Canção das horas úmidas (poesia, 1975), Litania da Velha (poema, edições: 1995, 1997, 1999, 2002), Contos inocentes (edições: 2000, 2001) e Trabalho Manual (Imago Editora, Rio, 1998), através de um convênio entre a Biblioteca Nacional e a Universidade de Mogi das Cruzes.

 

ARLETE NOGUEIRA DA CRUZ


LITANIA DA VELHA

(fragmento) 

O tempo consome o silêncio e mastiga vagaroso a feroz injustiça.
O campo se perde embebido em jenipapos para a manhã sufocada.

Os bois da infância ruminam sua paciência e espreitam essa audácia.
— O tempo dói na ferida aberta da recordação.

A velha cata os pertences no quarto que exibe a sua miséria.
A sacola esconde improvisos da vida e ganhos equivocados.

A rua se reserva precária aos passos vacilantes, entre lembranças.
A pobre mulher sai maltrapilha, sem pressa, carregando brio e saudade.

Estes são os primeiros versos do livro-poema LITANIA DA VELHA, de Arlete Nogueira da Cruz (São Luis, 2008) já em sua quinta edição, agora como um volume de uma caixa contendo também o livro “Trindade Dantesca” do grande Nauro Machado e um DVD com dois curta-metragens. O curta “Litania da Velha”, de Frederico Machado (1977) ganhou prêmios nacionais e internacionais.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS  /  TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

CONVICÇÃO

 

Aqui, onde uma mulher se curva

e se inventa,

é onde de uma dor imensa e turva

se alimenta.

 

Aqui, quando tonta e avulsa

se procura,

é onde viva a luta lenta pulsa

e transfigura.

 

Aqui, onde o que é e será retorna

ao berço,

é onde busca âncora, estrela, bigorna

e terço.

 

 

BUSCA MATINAL

 

Bom, se tu me indicasses

nosso caminho,

como um orvalhado pastor matinal.

Bom, se tu me falasses

de um carinho,

inventado contra todo esse mal.

 

Bom, se me considerasses

coisa tua,

como quem caminha o mesmo chão.

Bom, se te acostumasses

à mesma rua,

com a fidelidade de um irmão.

 

            (Canção das horas unidas, 1973)

 

 

 

A fácil flor, de poluídas gretas, multiplica perdida vergonha.

As crianças, jacintos errantes, reclamam cuidados fraternos.

 

Os cuidados se esgotam no galopar de rubros sendeiros.

Os dentes perdidos choram o leite de uma infância negada.

 

O corpo humilhado expõe o segredo mais íntimo à glória fugaz.

O sexo pousado, de vulvas marinhas, é uma ave abatida.

 

As plumas tão alvas tremulam nervosas do tiro certeiro.

O pano se estende à curiosidade e ao frio de corpo tão triste.

 

(Litania da Velha, 1997)

 

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TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

Extraídos de

ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA

Org. y traducción de Xosé Lois García

Santiago de Compostela: Edción Loiovento, 2001.

 

 

CONVICCIÓN

 

Aquí, donde una mujer se curva

y se inventa,

es donde de un dolor inmenso y turbio

se alimenta.

 

Aquí, cuando al azar y aisla

se busca

es donde viva la lucha lenta palpita

y transfigura.

 

Aquí, donde lo que es y será retorna

a la cuna

es donde busca ancla, estrella, yunque

y tercio.

 

 

BÚSQUEDA MATINAL

 

Bueno, si tu me indicases

nuestro camino,

como un reclamo pastor matinal.

Bueno, si tu me hablases

de un cariño,

inventando contra todo ese mal.

 

Bueno, si me considerases

cosa tuya,

como quien camina el mismo suelo.

Bueno, si te acostumbrases

a la misma calle,

con la fidelidad de un hermando.

 

            (Canção das horas unidas, 1973)

 

 

                   La fácil flor, de contaminadas grietas, multiplica perdido rubor

Los niños, jacintos errantes, reclaman cuidados fraternos.

 

Los cuidados se agotan en el galopar de rojos senderos.

Los dientes perdidos lloran la leche de una infancia negada.

 

El cuerpo humillado expone el secreto más íntimo a la gloria fugaz.

El sexo reposado, de vulvas marinas, es un ave abatida.

 

Las plumas tan albas tiemblan nerviosas por el tiro certero.

El pañuelo se extiende a la curiosidad y al frio de cuerpo tan triste.

 

(Litania da Velha, 1997)

 

 

Página publicada em dezembro de 2007




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