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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

ALVARENGA PEIXOTO

(1744-1793)

 

Inácio José de Alvarenga Peixoto, nasceu no Rio de Janeiro, estudou com os jesuítas, provavelmente em Braga, Portugal. Em 1760, ingressou na Universidade de Coimbra, onde se formou, com louvor, em 1768. Ocupou o cargo de Juiz de Fora da vila de Sintra e, em 1775, foi nomeado ouvidor de Rio das Mortes (MG). Em 1781, casou-se com Bárbara Eliodora, também poeta. Deixando a magistratura, permaneceu em Minas Gerais, ocupando-se da lavoura e da mineração. em companhia de seu parente Tomás Antônio Gonzaga, foi implicado na Inconfidência Mineira e conduzido ao presídio da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Chegou a ter a sentença de morte declarada, mas sua pena foi comutada para o degredo em Angola, onde morreu, no presídio de Ambaca. Sua obra, diminuta, foi recolhida por Rodrigues Lapa e apresenta alguns dos sonetos mais bem acabados do Arcadismo brasileiro.

Fonte: Clássicos da Poesia Brasileira, ed. Melhoramentos.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL

 

TEXTO EN ITALIANO

 

TEXT EN FRANÇAIS

 

 

 

ESTELA E NISE

 

Eu vi a linda Estela, e namorado

Fiz logo eterno voto de querê-la;

Mas vi depois a Nise, e é tão bela,

Que merece igualmente o meu cuidado.

 

A qual escolherei, se neste estado

 Não posso distinguir Nise d'Estela?

Se Nise vir aqui, morro por ela;

Se Estela agora vir, fico abrasado.

 

Mas, ah! que aquela me despreza amante,

Pois sabe que estou preso em outros braços,

E esta não me quer por inconstante.

 

Vem, Cupido, soltar-me destes laços,

Ou faz de dois semblantes um semblante,

Ou divide o meu peito em dois pedaços!

 

 

 

A LÁSTIMA

 

Na masmorra da Ilha das Cobras,

lembrando-se da família

 

Eu não lastimo o próximo perigo,

Nem a escura prisão estreita e forte;

Lastimo os caros filhos e a consorte,

A perda irreparável de um amigo.

 

A prisão não lastimo, outra vez digo,

Nem o ver iminente o duro corte;

É ventura também achar a morte

Quando a vida serve de castigo.

 

Ah! quão depressa então acabar vira

Este sonho, este enredo, esta quimera,

Que passa por verdade e é mentira.

 

Se filhos e consorte não tivera,

E do amigo as virtudes possuíra,

Só de vida um momento não quisera.

 

 

(De Obras Poéticas)

 

Extraído de POESÍA BRASILEÑA COLONIAL. Traducción y prólogo de Ricardo Silva-Santisteban. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1985.  117 p. (Tierra Brasileña. Poesía 23)

 

 

OLIVEIRA, Alberto dePáginas de ouro da poesia brasileira. Rio de Janeiro: H Garnier, Livreiro-Editor, 1911.   420 p.  12x18 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
Inclui os poetas: Frei José de Santa Rita Durão, Claudio Manuel da Costa, José Basílio da Gama, Thomas Antonio Gonzaga, Ignacio José de Alvarenga Peixoto, Manoel Ignacio da Silva Alvarenga, José Bonifacio de Andrada e Silva, Bento de Figuieredo Tenreiro Aranha, Domingos Borges de Barros, Candido José de Araujo Vianna, Antonio Peregfrino Maciel Monteiro, Manoel de Araujo Porto Alere, Domingos José Gonçalves de Magalhães, José Maria do Amaral, Antonio Gonçalves Dias, Bernardo Joaquim da Silva Guimarãaes, Francisco Octaviano de Almeida Rosa, Laurindo José da Silva Rabello, José Bonifacio de Andrada e Silva, Aureliano José Lessa, Manoel Antonio Alvares de Azevedo, Luiz José Junqueira Freire, José de Moraes Silva, José Alexandre Teixeira de Mello, Luiz Delfino dos Santos, Casemiro José Marques de Abreu, Bruno Henrique de Almeida Seabra, Pedro Luiz Pereira de Souza, Tobias Barreto de Menezes, Joaquim Maria Machado de Assis, Luz Nicolao Fagundes Varella, João Julio dos Santos, João Nepomuceno Kubitschek, Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, Antonio de Castro Alves, Luiz de Sousa Monteiro de Barros, Manoel Ramos da Costa, José Ezequiel Freire, Lucio Drumond Furtado de Mendonça, Francisco Antonio de Carvalho Junior, Arthur Narantino Gonçalves Azevedim Theophilo Dias de Mesquita, Adelino Fontoura, Antonio Valentim da Costa Magalhães, Sebastião Cicero de Guimarães Passos, Pedro
Rabello e João Antonio de Azevedo Cruz.   

 

 

 

CANTO GENETHLIACO

................................................

 

Esses partidos morros e escalvados,
Que enchem de horror a vista delicada
Em soberbos palácios levantados
Desde os primeiros annos empregada,
Negros e extensos bosques tão fechados,
Que até ao mesmo sol negão a entrada,
E do agreste paiz habitadores
Bárbaros homens de diversas côres;

 

Isto, que Europa barbaria chama,
Do seio de delicias tão diverso,
Quão differente é para quem ama
Os ternos laços do seu pátrio berço !
O pastor louro, que meu peito inflamma,
Dará novos alentos ao meu verso,
Para mostrar do nosso heróe na bôcca
Como em grandezas tanto horror se troca.

 

Aquellas serras na apparencia feias,
Dirá José:« Oh ! quanto são formosas !
Elias conservam nas occultas veias
A força das potencias majestosas;
Têm as ricas entranlias todas cheias
De prata e ouro, e pedras preciosas;
Aquellas brutas escalvadas serras
Fazem as pazes, dão calor ás guerras.

 

Aquelles morros negros e fechados,
Que occupam quasi a região dos ares,
São os que em edifícios respeitados
Repartem raios pelos crespos mares,
Os corinthios palácios levantados,
Dóricos templos, jónicos altares,
São obras feitas desses lenhos duros,
Filhos desses sertões feios e escuros.

 

A c'roa de ouro, que na testa brilha,
E o sceptro, que empunha na mão justa
Do augusto José a heróica filha,
Nossa rainha soberana augusta,
E Lisboa, de Europa maravilha,
Cuja riqueza a todo o mundo assusta,
Estas terras a fazem respeitada,
Barbara terra, mas abençoada.

 

Esses homens de vários accidentes,
Fardos e pretos, tintos e tostados,
São os escravos duros e valentes,
Aos penosos serviços costumados;
Elles mudam aos rios as correntes,
Rasgam as serras, tendo sempre armados
Da pesada alavanca e duro malho
Os fortes braços feitos ao trabalho.

................................................

 

 

 

LYRAS

A Barbara Heleodora, sua esposa, remettidas
do cárcere da Ilha das Cobras.

 

Barbara bella,
Do Norte estrella,
Que o meu destino
Sabes guiar,
De ti ausente,
Triste, sómente
As horas passo
A suspirar.

 

Por entre as penhas
De incultas brenhas,
Cansa-me a vista
De te buscar;
Porém não vejo
Mais que o desejo,
 Sem esperança
De te encontrar.

 

Eu bem queria
A noite e o dia
Sempre comtigo
Poder passar;
Mas orgulhosa
Sorte invejosa,
Desta fortuna
Me quer privar.

 

Tu, entre os braços,
Ternos abraços
Da filha amada
Pódes gosar;
Priva-me a estrella
De ti e della,
Busca dois modos
De me matar!



HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIL – POEMAS

 

 

A CLAUDIO MANUEL DA COSTA

 

Às margens destas águas silenciosas
Quantas vezes berçaste a alma dorida,
Esfolhando por elas, como rosas,
As suaves ilusões da tua vida!

Vias o doce olhar das amorosas
Refletido na linfa entristecida,
E, ao por do sol da vésperas lutuosas,
Erguer-se o vulto da mulher querida...

Se é tão dolente o Ribeirão do Carmo,
Onde com as mãos proféticas armaste
Os castelos de amor que ora desarmo!

O teu sonho deixaste-o nestas águas...
E hoje, revendo tudo que sonhaste,
Por elas também deixo as minhas mágoas.

 

 

              (POESIAS – Edição do Ministério da Educação
e Saúde, 1938)

 

 

VEJA e LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html

 

 

Página ampliada em outubro de 2021

 

 

 

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

Traducción de Ricardo Silva-Sansebastian

 

 

ESTELA Y NISE

 

Yo vi a la linda Estrella, y enamorado

luego hice eterno voto de querella;

mas vi después a Nise, y es tan bella,

que merece igualmente mi cuidado.

 

¡A cuál escogeré si en este estado

no puedo distinguir Nise de Estrella?

Si Nise viene aquí, muero por ella;

si Estela viene ya, que do abrasado.

 

Mas, ¡ah! que aquella me desprecia amante,

pues sabe que estoy preso en otros brazos,

y ésta ya no me quiere de inconstante.

 

¡Ven, Cupido, a soltarme destos lazos,

  • haz de dos semblantes un semblante,
  • divide mi pecho en dos pedazos!

 

 

LAMENTO

 

En la mazmorra de Ia Isla de las Cobras,

recordando a su familia

 

Yo no lamento el próximo peligro,

ni la oscura prisión estrecha y fuerte;

lloro a los hijos y a la esposa en suerte,

la pérdida incurable de un amigo.

 

La prisión no lamento, otra vez digo,

ni mirar inminente dura suerte;

es ventura también hallar la muerte

si la vida le sirve de castigo.

 

Entonces cuán aprisa acabar viera

este sueño, este enredo, esta quimera,

que pasa por verdad si me mintiera.

 

Si a mis hijos y esposa no tuviera,

ni la fe del amigo poseyera,

ese instante de vida no quisiera.

 

 

Extraído de POESÍA BRASILEÑA COLONIAL.  Traducción y prólogo de Ricardo Silva-Santisteban. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1985.  117 p. (Tierra Brasileña. Poesía 23)

 

 

TEXTO EN ITALIANO

 

Extraído de

 

MIRAGLIA, TolentinoPiccola Antologia poetica brasiliana.  Versioni.  São Paulo: Livraria Nobel, 1955.  164 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

      LÍRICA 

Barbara Bella,
Nei Nord, la stella,
Che il mio destino
Seppe guidar.

 

Da te ausente,
Triste e dolente
Le ore io passo
A sospirar.

 

In fra le rupi,
Ed i dirupi,
Si stancan gli occhi
Di ti cercar.
 

Resta il desio
Nel cuore mio.
Senza speranza
Di ti trovar.

Vorrei che attorno,
La notte e il giorno,
La sposa mia
Potesse star,

Ma l’orgogliosa,
Sorte invidiosa
Questa fortuna
Non volle dar.

 

L'amata figlia,
Che a te s'appiglia,
Fra le tue braccia
Puoi abbracciar.

 

Ruba la sorte
Figlia e consorte :
Vuole in due modi
Mi assasinar.

 

 

 

       TEXT EN FRANÇAIS

 

PUJOL, Hypolyte.  Anthologie Poètes Brésiliens. Preface de M. de Oliverira Lima.    S. Paulo: 1912.  223 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

ESTELLE ET NIZE

 

Je vis la belle Estelle, et, follement épris,

Je jurai de l'aimer d'une flamme éternelle ;

Mais ensuite je vis Nize, fille si belle

Que d'un égal amour mon cœur se trouva pris.

 

Ah ! laquelle choisir, si dans mon cœur surpris
Je ne puis distinguer vraiment Nize d'Estelle?
Si Nize vient ici, je meurs d'amour pour elle ;
Auprès d'Estelle encor mes sens sont tout ravis.

 

Mais la première, hélas ! me boude et me méprise,
Car elle, un jour, m'a vu prendre un baiser à Nize,
Et celle-ci se plaint de mon cœur inconstant.

 

Viens, viens, ô Cupidon! Viens éteindre ma flamme;

De Nize et d'Estelle, ah ! fais une seulement !

Ou bien, en deux moitiés, viens partager mon âme !,

 

 

 

Página ampliada em janeiro de 2016. Ampliada em novembro de 2107; amapliada em novembro de 2019.



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