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WASHINGTON CUCURTO

 

Pseudônimo de Santiago Veja, poeta, narrador e editor. Nació em  Quilmes, em 1973. Em 1997, com a aparição de seu extranhíssimo liv ro de poemas Zelayrán (mescla de televisão, HQ e política) aparece de forma categórica na cena cultural latino-americana. Dirigiu a editorial Eloísa Cartonera e foi bolsista em Stuttgart, Alemanha.  

De
CUCURTO, Washington.  1999 - Poemas de siempre, poemas nuevos y nuevas versiones. Buenos Aires: Eloísa Cartonera, 2007.  208 p. ilus.

 

LA ENCAPUCHADA NOS MIRA A LOS OJOS

Y eso pasa a diário porque este es el barrio de la Mortandad Nacional.
De los lugares más lejanos vienen a morir acá.
Hay quienes mueren en peleas a la salida de los bailes.      
Hay quienes mueren en la calle pisados adrede por un auto.
Hay quienes son ajusticiados por un ajuste de cuentas. 
Por diferentes temas y motivos, a la gente le encanta
          venir a desplegar su miseria personal acá.
Porque este es el barrio de la Mortandad Nacional.
Y hay quien sorprende a otro por atrás y lo clava.
Y también hay uno que no tiene nada que ver, a quien persigue
el fantasma confundido del que acaban de matar.
En el barrio de la Mortandad Nacional, la muerte se encarga
de arrastrar por igual a víctima y victimario.
Su muletilla: el que vuelve es el próximo muerto.
Vivir es una buena razón para ser asesinado.
Este es el barrio de la Mortandad Nacional, pero mucho ojo,
todos nos ponemos para el orto cuando muere una nenita.

La encapuchada nos hace la cruz. ¡A nosotros que lo
          único que hacemos es vender
chucherías en la calle!
¡Este es el barrio de la Mortandad Nacional, de los Viles asesinatos!
 ¡Y de las falsas acusaciones!, para vos, tonta.
Este es el barrio que encanta a la Parca.
En cada esquina lla monta guardia.
En jean y remeritas Quico, nos insulta y corre de un lado a otro.
Para ella estamos muertos y solo nos queda
bebemos nuestro último trago de cerveza.

 

A ENCAPUZADA MIRA NOS OLHOS

Isso acontece todo dia porque este é o bairro da Mortandade Nacional.
Dos lugares mais longínquos vêm morar aqui.
Há quem morra em brigas à saída dos bailes.
Há quem morra na rua pisados adrede por um carro.
Há os que são ajustiçados por um ajuste de contas.
Por diferentes temas e motivos, a gente aprecia vir aqui despejar sua
                                                                      miséria pessoal.
Porque este é o bairro da Mortandade Nacional.
E há quem surpreenda o outro por detrás e o apunha-la.
E também tem um que não tem nada a ver, a quem persegue
o fantasma confundido com o que acabam de matar.
No bairro da Mortandade Nacional, a morte se encarrega
de arrastrar tanto a vítima como o vitimário.
Seu bordão: o que regressa é o próximo morto.
Viver é um motivo para ser assassinado.
Este é o bairro da Mortandade Nacional, mas abra o olho,
todos vamos ao cemitério quando morre uma criança.

A encapuzada nos faz a cruz.
Para nós que o único que fazemos é vender bugigangas na rua!
Este é o bairro da Mortandade Nacional, dos Vis assassinatos!
E das falsas acusações!, para ti, tonta.
Este é o bairro que encanta a Parca.
Em cada esquina ela monta guarda.
Em jeans e saiotes Quico, nos insulta e corre de um lado para outro.
Para ela estamos mortos e apenas nos resta
beber nosso último gole de cerveja.

 

MACUMBA

Mientras duermes
tu beleza sale a dar una vuelta
y ya no vuelve.

 

MACUMBA

Enquanto dormes
tua beleza sai para dar uma volta
e não volta mais.


DEJEN TRANQUILO AL PUENTE PUEYRREDÓN

Dejen tranquilo a ese Puente que no les hizo nada.
Dejen en paz aL verdor de La naturaleza que siempre florecerá.
Córtenla con las marchas y protestas que no llegan a nada.
Hagan una marcha que dure toda la vida, a esa voy seguro.
Dejen de ser conducidos como pollos
de las lámparas de crecimiento de las granjas.
Si en verdad quieren hacer algo, no marchen mas, no protesten,
ese circo es levantar el tonito de los dominados.
Hágan algo de verdad: dejen tranquilo a ese puente o háganlo mierda
hagan mierda todo, prendan fuego la ciudad.
Quemen la casa de sus representantes.
Quemen la casa dei caminero mas rico de latinoamérica.
Limpien de bosta la ciudad.
Quemen todas las banderas, tiren abajo el obelisco,
el mausoleo donde descansa el libertador, el Cabildo...
Y después de prendemos fuego nosotros mismos.
Verán como todo cambia desde las purificadoras llamas.



DEIXEM TRANQUILA A PONTE PUEYERRÓN


Deixem tranquila essa Ponte que mal não lhes faz.
Deixem em paz o verdor da natureza que sempre florescerá.
Atravessam-na com marchas e passeatas que levam a nada.
Façam uma marcha que dure a vida inteira,
a essa certamente eu irei.
Deixem de ser conduzidos como frangos
das lâmpadas de crescimento das granjas.
Se de verdade querem fazer algo, não marchem mais,
não protestem, esse circo é levantar o tom dos dominados.
Façam algo de verdade, deixem tranquilo
essa ponte ou destruam-na
destruam tudo, ateiem fogo à cidade.
Queimem a casa do caminero mais rico da América Latina.
Limpem a bosta da cidade.
Queimem todas as bandeiras, derrubem o obelisco,
o mausoléu em que descansa o libertador, e o Cabildo...
E depois de atear fogo nós mesmos
verão como tudo muda a partir das chamas purificadoras.

 

REVOLCÁNDONOS

Después de haber luchado todo el día,
fatigada, te desnudas frente a mí en un hotel de Constitución.
¡Qué irradiante olor a patas que tenés!
Oh, mujer de la calle, dormite em mi pecho.


REVOLVENDO-NOS

Depois de ter lutado o dia inteiro,
fatigado, ficas nua frente a  mim
          num hotel de Constitución.
Que irradiante cheiro de chulé exalas!

 

 


“Voy al baño a cagar y continuo este poema”

“Vou ao banheiro cagar e continuo este poema

 

 

Washington Cucurto em foto de Daniel Mordzinski, exposta numa exposição temporária do Museu da República, em Brasília, julho 2012.

 

 

Página publicada em novembro de 2011. ampliada e republicada em julho de 2012.

 

 

 

 

 


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