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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MERCEDES ROFFÉ

 

Nació en 1954 en Buenos Aires. Ha colaborado con diversas revistas y

publicaciones en distintos países.

Entre sus obras se cuentan Poemas (1978); El tapiz (1983), Camara baja (1987), La nochey las palabras (1996); La cuestión dei género (ensayo sobre la cultura medieval, 1996); Definiciones Mayas (1999), Antologia poética (2001) y La ópera fantasma (2005). En el ano 2001 recibió la Beca Guggenheim, de Poesia.

En Argentina ha sido considerada como una renovadora de la poesia. Es Profesora de Letras Moder­nas y Doctora en Literatura Espanola y Latinoamericana. Ha diri­gido la colección Pen Press, plaquettes de poesia en Nueva York.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

4to.  FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA  - ÁFRICA / AMÉRICA / ASIA / EUROPA / OCEANIA. Antologia 2007.  Caracas: Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2008.   355 p. 

ISBN 9789802142163    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

       SITUACIONES: EVENTOS Y CONJUROS

 

 

Situación para curar a un enfermo

invitad gente, invitadlos a todos, a una fiesta, una gran fiesta.

y si el enfermo no quiere salir de la cama, dejadlo, que no salga.

y que haya música y bailes, y cantos y pasteles.

y si el enfermo no quiere bailar, dejadlo, que no baile.

y si el enfermo no quiere cantar, dejadlo, que no cante.

y si el enfermo no quiere comer, dejadlo, que no coma, que no beba.

pero que haya ruido en la casa, y mucha gente.

y que se cuenten cuentos y memorias, y fábulas y acertijos

y si el enfermo no puede o no quiere decir nada, dejadlo

-que no hable,   que no ría,     no recuerde.

pero traed gente a la casa, al jardín de la casa, a la posada, al pueblo

que en la casa haya ruido, mucho ruido, mucha, mucha gente.

 

y al terminar la fiesta, dos o tres días después, las mujeres

echen todo lo que haya sobrado del banquete en el hueco de tura sábana

grandes sábanas bordadas, de preferencia blancas, muy blancas.

de preferencia bordadas.

echen allí los pasteles, las almendras, los higos, las nueces, las castañas, las moras y las masas hechas, las pastas y los panes, los zumos y los vinos que lo lleven al río, entre seis, entre cuatro

que lleven la sábana al río, con sus bienes, sus frutos, sus pasteles,

por el bulevar que bajen, las cuatro, las seis al río, varias veces,

y echen todo a la corriente, las sobras del festín, el vino, el agua, el zumo,

las almendras, los higos

y arrojen todo al río, a la corriente

 

 

 

         EL PÁJARO DE FUEGO
LA CONFERENCE DES OISEAUX


(M. Levinas)

 

Ópera
como agua

como pulirse de rocas
pebbles: cailloux:
piedrecitas
unas con otras
—contra otras

 

y un

narrador

como aquel cuando chicos

—Pedro y el lobo—
que tanto miedo nos daba

-no el lobo:

el narrador

 

 

(poemas del libro La ópera fantasma.
Buenos Arres: Bajo la luna, 2006)

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA


 

SITUAÇÕES: EVENTOS E FEITIÇOS

 

Situação para curar um enfermo

ouvide gente, convidai a todos, a uma festa, uma grande festa.

e se o doente não quiser sair da cama, deixai-o, que não saia.

e que haja música e dançass, y cantos e pasteis.

e se  o doente não quer dançar, deixai-o, que não dance.

e se o doente não quiser cantar, deixai-o, que não cante.

e se o doente não quiser comer, deicai-o, que não coma, que

não beba.

mas que haja ruído na casa, e muita gente.

e que contem historias e memorias, e fábulas e enigmas

e se o enfermo não pode ou não quiser dizer nada, deixai-o

—que não fale,   que não ria,     não rememore.

mas trazei gente à casa, ao jardim da casa, à pousada, ao povoado

que na casa haja ruído, muito ruído, muita, muita gente.

 

e ao terminar a fiesta, dois ou três dias depois, as mujeres

lençol

grandes lençóis bordados, de preferência brancos, bem brancos.

de preferência bordados.

joguem ali os pastéis, as amêndoas, os figos, as nozes, as castanhas, as  moras e as massas prontas, las pastas e os pães, os sumos e os vinhos que os levem ao rio, entre seis, entre quatro

que levem o lençol ao rio, com os seus bens, seus frutos, seus pastéis,

pelo bulevar que desça, as quatro, as seis ao rio, várias vezes,

e jopguem tudo na correnteza, as sobras da festa, o vinho, a água,
o zumo,

as amêndoas, os figos

e joguem tudo no rio, na correnteza

 

 

 

         O PÁSSARO DE FOGO
LA CONFERENCE DES OISEAUX


(M. Levinas)

 

Ópera
como água

como o pulir de rochas
pebbles: cailloux:
pedrinhas
umas com as outras
—contra outras

 

       e um

narrador

como aquele quando meninos

—Pedro e o lobo—
que tanto medo nos causa

va

—não o lobo:

o narrador

 

TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS

 

BARATARIA  Revista de Poesia.  Ano 7  Número Doble 14 - 15.  Buenos Aires: Fondo Cultura BA, Junio 2005.  ISSN 1668-1460
Ex. bibl. de Antonio Miranda 

 

        A VECES

Se dice cuando
no siempre se puede algo
un hábito o costumbre
no de todos los días
— tampoco nunca
Se dice cuando de vez en cuando algo
como sentirse triste o feliz o hermosa
sucede como decir cada tanto
un día sí dos no
un día sí tres no
pero no regularmente
no cada dos días
ni cada tres
ni todos los sábados
ni los jueves
ni dos de cada cuatro viernes
sino por ejemplo un viernes
y luego no
y luego, dos semanas o tres más tarde
otra vez
y luego no — cinco días o seis o quince
y luego sí

Suele también suceder
que llegamos a olvidar por un tiempo algo
a alguien
de pronto le vemos, pensamos, lo tenemos o
recordamos
o echamos
otra vez de menos
después de un tiempo
y después de un tiempo otra vez
y otra vez después de cierto tiempo
O se dice a propósito
de algo que sucede
por lo general en el alma
como un ritmo
o con un cierto ritmo
que por lo general ignoramos
cada vez
y cuando recordamos que cada tanto aparece
que ya van varias veces que aparece y reconocemos
entonces decimos que sucede
cada cierto tiempo
cada cierta medida
de un tiempo que desconocemos
como querer cantar o enamorarse
como sucede la lluvia

a veces

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA



        ÀS VEZES

Se diz quando
não sempre algo se pode
um hábito ou costume
não de todos os dias
— tampouco nunca
Se diz quando de vez em quando algo
como sentir-se triste oo feliz ou formosa
acontece como dizer a cada tanto
um dia sim dois não
um dia sim três não
mas não regularmente
não a cada dois dias
nem a cada três
nem em todos os sábados
nem nas quintas feiras
nem em dois de cada quatro sextas feiras
senão por exemplo uma sexta  feira
e depois não
e depois, duas semanas ou três mais tarde
outra vez
e depois não — cinco dias ou seis ou quinze
e depois sim   

Geralmente também pode acontecer
que chegamos a esquecer por um tempo algo
de alguém
de repente o vemos, pensamos, o temos e  o
recordamos
ou deixamos
outra vez de menos
depois de um tempo
e depois de um tempo outra vez
e outra vez depois de certo tempo
Ou se diz a propósito
de algo que acontece
em general na alma
como um ritmo
ou com um certo ritmo
que em geral ignoramos
cada vez
e quando recordamos que cada tanto aparece
que já várias vezes que aparece e reconhecemos
então dizemos que acontece
a cada certo tempo
a cada certa medida
de um tempo que desconhecemos
como querer cantar ou enamorar-se
como acontece a chuva

às vezes

 

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Página ampliada e republicada em março de 2023

 

 

 

Página publicada em março de 2020


 

 

 
 
 
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