LILIANA MUNDANI
Nació y vive en Córdoba. Es Licenciada en Letras y Magister en Sosiosemiótica. Se ha desempeñado como Profesora Titular de Análisis Texual y Semiótica de la Escuela de Artes de la Universidad Nacional de Córdoba.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
De
Liliana Mundani
AJENA PÁTRIA
"Premio Municipal de Literatura "Luis José de Tejeda" 2002- Género Poesia"
Córdoba, Argentina: Editorial de la Municipalidad, 2003. 91 p.
Lugar de la utopía
aquí / en la américa nuestra / en sua horizonte más austral
aquí / donde todo es orgánico / caliente / visceral
aquí / en el reverbero del sol / junto al mar
volverás / a vivir
aquí
fundarás / tu país
Lugar da utopia
aqui / em nossa américa / em seu horizonte mais austral
aqui / onde tudo é orgânico / quente / visceral
aqui / na reverberação do sol / junto ao mar
voltarás / a viver
aqui
fundarás / teu país
***
About mami
Desde el exílio, abuelo Gelman piensa en su nieto
y al sur, el nieto piensa y repite:
"Este océano oscuro / bajo la lluvia
en el confín / del continente
ay mami
si lo vieras / cuánto te gustaría
Este resabio de algas / con fuerte olor
marino
y las olas / peleando contra el viento
ay mami
si vivieras / cómo te gustaría"
About Mamá
Desde o exílio, avô Gelman pensa em seu neto
e no sul, o neto pensa e repet:
"Este oceano escuro / na chuva
nos confins / do continente
ai mamá
se tu visses / como gostarias
Este ranço de algas / com forte odor
marinho
e as ondas / lutando com o vento
ai mamá
se vivesses / como gostarias"
***
Ajena Patria
Cómo espanta
/ andar
a la intemperie
/ dormir
al descampado
/ estar
sin refugio / en la inclemencia
El viento se ha llevado / la última tapera
y aquí siguen / olfateando
la tierra / para encontrar
el rastro
Pátria alheia
Como assusta
/ andar
na intempérie
/ dormir
ao descampado
/ estar
sem refúgio / na inclemência
E o vento levou / a última tapera
e aqui persistem / cheirando
a terra / para encontrar
o rastro
***
Legado 3
/ ¿Y era necesario / para poder / decir /
/ "he vivido" / atravesar este camino /
/ apisonado / de cadáveres? /
Legado 3
/ Era preciso / para poder / dizer /
/ "eu vivi" / atravessar esse caminho /
/ pisoteado / de cadáveres? /
***
Memoria y balance
Al cabo / de tan ruda existencia / sólo queda
el semen en la sábana usada / su perfil del amado
en su portarretrato / cierto olor a jazmines
(casi nada)
y la vida
que afila sus colmillos / exhibiendo voraz
su insaciable
apetito
Memória e inventário
Ao cabo / de tão rude existência / resta apenas
o sêmen no lençol amassado / um perfil do amado
no portarretrato / certo odor de jasmins
(quase nada)
e a vida
que afina os colmilhos / exibindo voraz
seu insaciável
apetite
Página publicada em agosto de 2010
|