|
|
|
DE MUJER NACIDO (una selecta)
AMBOS DOS ENGULLIDOS POR el terror de dientes de lata el roedor que destroza sin mirar a quién ni a dónde En la piedra de amolar del dolor tu cal viva velar y velar tan confusamente
EN LA RADIOGRAFÍA tus pulmones: poliedros florescencias lactantes sombras gránulos de cereal de arroz de café en insaciada molición. Irrumpe Aire en lo oscuro se descalzan tus alveólos para ingresar en la mezquita: la mezquina cárcel corporal.
Y, translúcido en las tinieblas, el eclipsado ónix -por así decir- el corazón, tu otroyo que en la sombra acaece disolviendo bordes de fingida identidad
borrándote en absurdo contraluz insinuando que tu humano devenir
cabe en una radiografía insomne
UNA HABITACIÓN: SUS BALCONES cuelgan hacia la nada, ropas roen el viento, silban ese aliento de decrepitud. Obstinado candil titila allí su determinación de claridad y recela el invierno sobre infinitos seres sin
techo atraviesan ellos el sol de las seis, vías muertas del vivir atraviesan en un túnel hueco de palabra
Y al fin, comprobarás: nada es claro, nada es leal o recto en este puzzle de rumbos entrecruzados La opacidad es el semen natural del ser inteligente y vertebrado (provisto de lenguaje). Por ello, te atreves a rogar:
balcones que dan a la nada, ropas roídas por un viento que acosa al ángel de la historia
tráigannos algo donde asirnos una piedra de azufre conde asirnos
una copa o un canto donde asirnos
RAÍZ DESENTERRADA en áspero azar sin amparo cantiga insobornada de lo por venir raíz de un linaje reencarnador donde serás tu propio hijo
su insomnio en la nada infinita.
Raíz de tu ser siendo (única forma en que este sueño sueñe) Y habrías de partir mañana ahorita hasta la fiel raíz.
Raíz o brote de hirviente pudrición
raíz tuya donde acechen la voz el silencio el gusano
(a Carlos Andreotti y Silvia Pláger)
TEXTO EM PORTUGUÊS
DE MUJER NACIDO (una selecta)
AMBOS ENGOLIDOS PELO terror de dentes de lata o roedor que destroça sem olhar a quem nem aonde Na pedra de amolar da dor teu cal vivo velar e velar tão confusamente
NA RADIOGRAFIA teus pulmões: poliedros florescências lactantes sombras grânulos de cereal de arroz de café na insaciada moagem. Irrompe Ar no escuro descalçam teus alvéolos para ingressar na mesquita: a mesquinha prisão corporal.
E, translúcido nas trevas, o eclipsado ônix — por assim dizer — o coração, teu outroeu que na sombra acontece dissolvendo bordas de fingida identidade
apagando-te na absurda contraluz insinuando que teu humano porvir
cabe numa radiografia insone
UM APOSENTO: SUAS VARANDA dependuras em nada, roupas roem o vento, silvam esse alento de decrepitude. Obstinada candeia treme ali sua determinação de claridade e teme o inverno sobre infinitos seres sem
teto atravessam eles o sol das seis, vias mortas do viver atravessam um túnel oco de palavra
Enfim, comprovarás: nada é claro, nada é leal ou correto neste labirinto de rumos cruzados A opacidade é o sêmen natural do ser inteligente e vertebrado (provido de linguagem). Por isso, te atreves a rogar:
varandas que dão para o nada, roupas roídas por um vento que acossa o anjo da história
tragam-nos algo onde ater-nos uma pedra de enxofre onde ater-nos
uma roupa ou um canto onde ater-nos
RAIZ DESENTERRADA em áspero azar sem amparo cantiga insubornada do por vir raiz de uma linhagem reencarnadora onde serás teu próprio filho
sua insônia no nada infinito.
Raiz de teu ser sendo (única forma em que este sonho sonha) E deverias partir amanhã agora mesmo até à fiel raiz
Raiz ou brotação de fervente podridão
raiz tua onde vigiem a voz o silêncio o verme.
(a Carlos Andreoli e Silvia Plánger)
NADA ESPLENDE como a areia suja da percepção: desde o bosque a elétrica cigarra do verão.
Nada esplende como o áspero canto da percepção.
(a Graciela Clivaggio)
RARO UNIVERSO ONDE seu homem apenas uma letra antes de morrer
(a Walter Inanelli e Mariana)
|
||||||
|
||||||
|
||||||
|
|
|||||||
|
|||||||