HECTOR PEDRO BLOMBERG
Nascido na Argentina em 1S90, é um artista origi¬nal. Seus motivos não se confundem com os de nenhum outro poeta. E sabe transmitir a êles a nota viva de sua personalidade, como ocorre com vários de seus poemas: «A feiticeira», «As casas onde vivemos» e «Versos a Maria Kempelfeldt».
TEXTO EM ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
MARINERO
- ¿De dónde vienes marinero?
- Del mar, del mar...
De los remotos horizontes
y de la azul inmensidad.
- ¿Dónde estuviste marinero?
- Lejos, muy lejos... Más allá
de las riberas y de los soles
de las espumas y del mar.
- ¿A quién amaste marinero?
- A cien mujeres, capitán:
a las mulatas de La Habana
a las bayaderas de Bombay
amé las geishas de Tokio
a mi voz suplicante respondía el silencio,
y una princesa en el Ceylán,
labios ardientes me besaron
en cada puerto, en cada mar;
las cien mujeres que me amaron
ya me olvidaron, capitán...
- ¿A dónde partes marinero?
- Al mar, al mar...
Hasta que un día me amortajen
y ya no vuelva nunca más;
sobre mi sueño las mareas
rodarán, cantarán...
TEXTO EM PORTUGUÊS
JOIAS DA POESIA HISPANO AMERICANA. Org. ORICO, Osvaldo. Lisboa: Livraria Bertrand, 1945. 229 p. 12 X 19 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
MARINHEIRO
— De onde é que vens, marinheiro?
— Venho de longe, do mar...
Dos remotos horizontes
em que andei a navegar.
— E onde andaste, marinheiro?
— Longe, longe, para além
das ribeiras e dos sóis,
das espumas e do mar.
-—Muito amaste, marinheiro?
— Cem mulheres, Capitão.
Amei mulatas de Havana,
baiadeiras em Bombaim.
Amei as gueixas de Tóquio,
negras Evas em Dacar.
Loiras inglesas do Tamisa,
e uma princesa em Ceilão.
Lábios quentes me beijaram
em cada porto, em cada mar.
As cem mulheres que me amaram
já me esqueceram, Capitão.
— E aonde vais, marinheiro?
— Ao mar, ao mar...
Até que um dia me amortalhem
e já não volte nunca mais...
Sobre meu sonho as maresias
hão-de rolar e hão-de cantar.
Página publicada em agosto de 2019
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