|

EMILSE STRUCCHI
Nasceu em Florida, província de Buenos Aires, em 1956. É graduada em psicologia e
trabalha como consultora organizacional em temas de condução e desenvolvimento de
pessoal. Também exerce a docência universitária. Livros publicados: Los trofeos del
abandono (Buenos Aires: Ediciones del Dock, 2003) e La luz es otra cosa (Buenos
Aires: Ediciones del Dock, 2004).
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
A Joaquín Giannuzzi
Ha quedado en nosotros el único capaz de conmover el mundo.
Lenguaje
que nos pulsa como a instrumentos de cuerda,
tensas cuerdas entre dos silencios.
Señal de dolor en una tierra excluida.
Desbordada flecha de traición,
hendidura en la carne.
No obstante, há subsistido indemne la memoria.
Esta intacta pasión
de la palabra clandestina
que no se doblega a su morada de presente.
ENTRE DOIS SILÊNCIOS
A Joaquín Giannuzzi
Ficou entre nós o único capaz de comover o mundo.
Linguagem
que nos pulsa como aos instrumentos de corda,
tensas cordas entre dois silêncios.
Sinal de dor numa terra excluída.
Transbordada flecha da traição,
rachadura na carne.
No entanto, substituiu incólume a memória.
Esta paixão intacta
da palavra clandestina
que não se submete à sua morada presente.
|
el poema hila el silencio/ entre dos casas/inexistentes.
Maria Negroni
perdón por el silencio
por este presuntuoso afán de indulto
no se trata del éxodo
sino de una emboscada
que siempre traman mis dos partes
son las casas que no tengo
son
las depredadoras
tensando lo que soy
- con los brazos en cruz –
casi hasta desclavarme
perdón por la crueldad y la lujuria
por este vicio refinado de luz a contragolpe,
de vorágine que refracta la luz
y yo del otro lado,
del otro lado yo
el testamento
la deuda perdurable
perdón
por mi soberbia costumbre de interrogar
- esa desesperada pretensión de justificar la cifra
el vértice imposible de la cifra -,
con lo que no he sido
y me deshonra
asolada así
recluída en mi derrotero voraz:
la fracasada apelación a una palabra que no alcanzo |
o poema tece o silêncio/ entre duas casas /inexistentes.
Maria Negroni
perdão pelo silêncio
por este presunçoso afã de indulto
não se trata do êxodo
senão de uma emboscada
que sempre tramam minhas duas partes
são as casas que não tenho
são
as depredadoras
estirando o que sou
- com os braços em cruz –
quase até descravejar-me
perdão pela crueldade e luxúria
por este vício refinado de luz a contragolpe,
de voragem que refrata a luz
e eu do outro lado,
do outro lado eu
o testamento
a dívida duradoura
perdão
por meu soberbo costume de interrogar
- essa desesperada pretensão de justificar a cifra
o vértice impossivel da cifra -,
com o que não tenho sido
e me desonra
assolada assim
reclusa em meu roteiro voraz:
a fracassada apelação a uma palavra
que não alcanço
|
 |
ESA LENGUA TUYA. Nueve poetas latinoamericanos actuales. España, Islas Canarias: Editorial Puentepalo; Montevideo, Uruguay: aBrace editora, 2007. 119 p.
XIV
Heredera de soledad.
Danza inmóvil.
Como si pudiera huir de ella de vos, de mí
se alumbra
Y es el gesto del pródigo.
Sus brazos extendidos o lejanos.
Afuera de sí
como si pudiera conquistarte el vacío,
embestir tu pasado en un baile de tules
y elevarte el mentón entre las penas
los ojos en fuga
hacia colinas blancas.
Como si
pudieras mentirte.
XIV
Herdeira da solidão.
Dança imóvil.
Como se pudesse fugir dela, de você, de mim
ilumina-se
e é o gesto do pródigo.
Seus braços extendidos ou distantes.
Fora de si
como se pudesse conquistar-te o vazio,
investir teu pasado em um baile de tule
e elevar-te o queixo entre as penas
os olhos de fuga
até as colinas brancas.
Como se
pudesse mentir.
XLIV
Voluptuoso este sitio diminuto
que aloja al tiempo,
el ínfimo lugar de lo imposible
¿será posible
reconocer algunas voces
(De Amansalva, 2006)
XLIV
Voluptuoso este lugar diminuto
que aloja o tempo,
o ínfimo lugar do impossível
será possível
reconhecer algunas vozes?
ALBA Y OSCURIDAD
vienen bordeando mi frontera de sola los amigos
vienen perseverando en las señales,
rozándome el alba y la oscuridad
desde lejos
regresan en extensas vigilias
día tras días golpean el sol con sus lunas,
y yo perdiéndoles la voz…
por los ojos se caen mis perdidos atormentados
y me pregunto dónde estarán ahora con sus crucifijos,
dónde habrán estado
con las antorchas
merodeando siempre
y me pregunto en fin,
qué delicados hilos soportan esta búsqueda en el silencio
(De La luz es otra cosa, 2004)
ALVORADA E ESCURIDÃO
Vêm beirando minha frontera a pé meus amigos
vêm perseverando nos sinais,
roçando a alborada e a escuridão.
de longe
regressam em extensas vigilias
dia a dia golpeiam o sol com suas luas,
e eu sem escutar a voz…
pelos olhos vão-se meus perdidos tormentos
e me pergunto onde estarão agora com seus crucifixos,
onde estiveram
com as tochas
vagando sempre
e me pergunto, afinal,
que delicados fios suportam esta busca no silêncio
Ampliada e republicada em junho de 2017
|