CARLOS LATORRE
(1916-1980)
Fue un activo partícipe de las diversas aventuras editoriales del surrealismo criollo; así formó parte de las revistas A Partir de Cero (1952), Letra y Línea (1953) y Boa (1958), también colaborò en La Rueda y Talismán, entre otras; además de asociarse a figuras como Aldo Pellegrini, Enrique Molina, Francisco Madariaga y Juan Antonio Vasco. Escribió además obras de teatro, guiones cinematográficos y piezas radiofónicas, con las que obtuvo diversos premios nacionales e internacionales.
Entre sus libros se encuentran Puerta de arena (Botella al mar, 1950), La ley de gravedad (Botella al mar, 1952), El lugar común (Letra y línea, 1954), Los alcances de la realidad (Letra y línea, 1955), La línea de flotación (A partir de cero, 1959), Las cuatro paredes (Ancora, 1964), La vida a muerte (Rayuela, 1971), Las ideas fijas (Dintel, 1972), Campos de operaciones (Rodolfo Alonso, 1973), Los puntos de contacto (Rodolfo Alonso, 1974), Los temas del azar (Rodolfo Alonso, 1975), Cabeza o triste páramo (Botella al mar, 1979).
TEXTOS EM ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
LA OUTRA ERA
El sueño alcanza ya la velocidad de la realidad
Y a su relâmpago se entrevee por fin el término
de la contradicción.
El porvenir es ahora uma actitud
En adelante la arqueología registrará sus rostros
solamente en el corazón
La piedra y la lava apenas um manto piadoso sobre una
fugaz estadía em el espacio-tiempo
El presente-naufragio será justicia
(Los alcances de la realidad)
ARTE POÉTICA
La palabra busca cielo como pájaro que cruza el
atardecer sin dejar canto ni estela,
frágil golondrina fugaz en busca del eerno verano,
que en ocasiones muere sepultada en nieve de invierno
de otro hemisferio.
La palabra se proyecta como alameda que Lanza
remota flecha de horizonte,
desdidachamente desmoronada a tiro de piedra.
En ocasiones cae en surco de vida fértil,
a veces hace pie en tierra árida,
u hondonada envuelta em bandera de niebla de
pantano pestífero.
Mas lo que se pudre no es su intención reveladora
sino su envoltura de mariposa fatalmente letal a
fuerza de libar venenoso concepto,
explorar hermético laberinto ontológico
o habitar falso reino ideatario.
La palabra describe paisaje semântico,
poças veces playa marítima,
vida viva,
follaje azul,
fuente de agua pura
ni otra belleza creada en sol de amanecer,
noche
o tarde de lluvia.
Cuando la palabra habla de amor suele amar sólo
su eco estético,
su canto de Onán obseso o propio ritimo;
más
mucho más que imagen corpórea
o analogia,
más que piel de mujer ya sea adolescente
inocente
o triste ramera.
Sin embargo la palabra es verbo, acción,
para-vida,
meta-lenguaje,
propia meta que algún día terminará por alcanzar
sabia
y desnuda,
de toda estúpida convención
o servilismo.
(Las ideas fijas)
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
A OUTRA ERA
O sonho já alcança a velocidade da realidade
E em seu relâmpago finalmente se entrevê o termo
da contradição
O porvir é agora uma atitude
De agora em diante a arqueologia registrará seus rostos
somente no coração
A pedra e a lava quase um manto piedoso sobre uma
fugaz estada no espaço-tempo
O presente-náufrago será justiça.
ARTE POÉTICA
A palavra procura o céu qual pássaro que atravessa
o entardecer sem deixar canto nem sulco,
frágil andorinha fugaz em busca do eterno verão,
que de vez em quando morre sepultada quando neva no inverno
de outro hemisfério.
A palavra se projeta como alameda que arremessa
remota flecha de horizonte,
infelizmente desmoronada com lance de pedra.
De vez em quando cai no sulco de vida fértil,
às vezes finca o pé em terra árida
ou depressão envolta em bandeiras de névoa do
pântano pestífero.
Mas o que apodrece não é sua intenção reveladora
mas sim sua envoltura de mariposa indefectivelmente letal
à força de libar venenoso conceito,
de explorar hermético labirinto ontológico
ou habitar falso reino idealizável.
A palavra descreve paisagens semânticas,
raras vezes praia marítima,
vida viva,
folhagem azul,
fonte de água pura
ou outra beleza criada no sol do amanhecer,
noite
ou tarde de chuva.
Quando a palavra fala de amor costuma amar apenas
seu eco estético,
seu canto de Onã obsesso ou o próprio ritmo;
mais
muito mais do que a imagem corpórea
ou analogia,
mais do que pele de mulher quer seja adolescente
inocente
ou triste prostituta.
Entretanto, a palavra Verbo, ação,
paravida
metalinguagem,
a própria meta que algum dia terminará por alcançar
sábia
e despojada,
de toda convenção estúpida
ou servilismo.
(As idéias fixas)
*Tradução constante da antologia POESIA ARGENTINA 1940-1960. Seleção, prefácio e tradução de Bella Jozef. Edição bilíngüe. São Paulo: Iluminuras, 1990. Obra recomendável para os amantes da poesia ibero-americana, adquirível em: www.iluminuras.com.br
Página publicada em dezembro de 2008
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