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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

CARLOS ALBERTO BOAGLIO 

 

Poeta, narrador y dramaturgo. Gestor cultural, Director y Agente teatral.

Nació en Las Varilla provincia de Córdoba, Argentina, en primero de abril de 1958.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

EN OTRO IDIOMA

Me recuesto a la sombra de tus palabras
para leer el libro de tus labios
que me cuentan secretos.
Es otra la lengua en que me hablas.
Me susurras caricias.

Me dialogas miradas
y murmuras ocultos vocablos con el tacto.
Yo me dejo llevar en este barco pequeño
que propone, sutil, trasportar nuestro aliento.

Voy bebiendo, de a poco, verdades inconfesas
y descubro otro mapa en la ruta sin tiempo.
Ya no sé si hay bahía, si hay puerto, si hay descanso
en el mar de tu boca que emborracha mis manos.

Poco importa ya el rumbo de este barco liviano
que se mece y ondula en algún horizonte
donde el aire bosteza estirando los sueños.

Poco importa el destino
cuando, alivianados y ligeros,
seguimos transportados,
leyendo en otro idioma lo que escriben los cuerpos.


 

MOJADO

         Los pájaros cantan con mi voz
con la esperanza de que tú me oigas.
Aquí la lluvia es puntiaguda y moja mucho.
Un tren se estira sobre unos rieles que también cantan.
No hay passaje de ida.
No hay pasaje de vuelta.
Las alas húmedas pesan, como pesa la pena.
Tus ojos ciegos no quieren verme,
sin embargo te busco em um andén sin techo.
Estoy mojado por dentro y por fuera
y no encuentro el paraguas de tus manos
que han volado lejos.
La tarde, plumosa y loca,
ha borrado el horizonte de tus lábios
que han mutado em mueca.
No ha dejado de llover
ni em los nidos, ni en el campo,
ni siquiera en el homo de ese tren que parte.`

         Empapado de silencios
recito versos en los charcos.

 

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http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/argentina/anrgentina.html

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA


         EM OUTRO IDIOMA

 

         Recosto-me à sombra de tuas palavras
para ler o livro de teus lábios
que me cotam segredos.
É outra a língua em que me falas.
Sussurras carícias.
Dialogas olhares
e murmuras ocultos vocábulos com o tato.
Eu me deixo levar neste barco pequeno
que propões, sutil, transporta nosso alento.
Vou bebendo, pouco a pouco, verdades inconfessadas
e descubro outro mapa no rota sem tempo.
Já não sei se existe baía, se tem porto, se há descanso
no mar de tua boca que embriaga minhas mãos.
Pouco importa já o rumo deste barco leve
que se agita e ondula em algum horizonte
onde o ar boceja estirando os sonhos.
Pouco importa o destino
quando, aliviados e ligeiros
seguimos transportados,
lendo em outro idioma o que os corpos escrevem.

        
MOLHADO

         Os pássaros cantam com a minha voz
com a esperança de que tau me ouças.
Aqui a chuva é pontiaguda e molha muito.
Um trem se estira sobre uns trilhos que também cantam.
Não tem passagem de ida.
Não tem passagem de volta.
As asas úmidas pesam, como pesa a pena.
Teus olhos cegos não querem ver-me,
no entanto te busco num cais sem teto.
Estou molhado por dentro e por fora
e não encontro o guarda-chuva de tuas mãos
que voaram para longe.
A tarde, plumada e louca,
apagou o horizonte de teus lábios
que se mudaram em careta,
Não parou de chover
nem nos ninhos, nem no campo,
nem mesmo na fumaça desse trem que parte.

         Encharcado de silêncio
recito versos nos charcos.

 

Página publicada em fevereiro de 2017.

 

 

 

 

 


 
 
 
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