ARTURO CAPDEVILLA
Arturo Capdevila (Córdoba (Argentina); 14 de marzo 1889 - Buenos Aires; 20 de diciembre 1967) fue un poeta, dramaturgo, narrador, ensayista, abogado, juez, profesor de filosofía y sociología e historiador argentino.
En 1913 se doctoró en Derecho y Ciencias Sociales en la Universidad Nacional de Córdoba, desempeñándose posteriormente allí como catedrático de Filosofía y Sociología y siendo al mismo tiempo magistrado, hasta 1922. Se trasladó entonces a la ciudad de Buenos Aires, donde prosiguió su labor docente y continuó su obra literaria.
Fue presidente del Instituto Popular de Conferencias del diario "La Prensa". Obtuvo el Premio Nacional de Literatura en los años 1920, 1923 y 1931. La Sociedad Argentina de Escritores le otorgó el Gran Premio de Honor en 1949, en reconocimiento al libro de poemas "El Libro del Bosque". Fue profesor de literatura en la Universidad Nacional de La Plata.
Como miembro de la Academia Argentina de Letras de la Argentina, ocupó el sillón Nº 8, "José Manuel Estrada". La Academia Nacional de la Historia lo contó entre sus miembros desde el año 1922.
Publicó una serie de ensayos sobre filosofía de la salud y sobre la solución a problemas como el cáncer, la lepra, las enfermedades mentales y otros. Planteó la mala dieta como etiología fundamental de la enfermedad.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de OSVALDO ORICO:
PRIMAVERA
Houve, há tempos, no mundo, primavera.
Lembra-te, coração, de teu viver!
Era nos campos; e, nos campos era
toda uma ânsia de amor o entardecer.
Cada rosa a esse tempo era a primeira
e parecia no rosal arder.
Todo o mundo era apenas primavera
e amanhecer.
A vida parecia uma quimera;
e o destino, jardim a florescer.
Houve, há tempo, no mundo, primavera.
A pena, coração, é que não volte a haver!
REVISTA DE POESIA E CRÍTICA No. 6 – Brasília – São Paulo – Rio -
Setembro 1979 Diretor José Jezer de Oliveira. 120 p.
Ex. doação do livreiro Brito – DF
Tradução de WALDEMAR LOPES:
ARTURO CAPDEVILA
Caminhei para a festa do mundo. Vesti
meu traje de festa.
Quando eu chegava
estavam fechando as portas.
Apagaram as última luzes
já não havia festa.
Um olor de perfumes extintos
flutuava na noite deserta.
Fui-me pela vida. E andando
ouvi palavras dispersas.
Uns falavam de justiça; ostros, de glória;
alguns sabiam os nomes das estrelas.
Uns diziam palavras solenes;
outros, palavras sensatas.
Só ouvi palavras... As coisas
não soube o que eram.
Havia uns livros nos quais
a ciência estava sepultada.
Folheando cem livros estive
mil noites eternas.
Menos luz nos olhos; as mãos
um pouco mais velhas.
Isso é tudo! E, no fundo, a alma
talvez mais triste, mais só e mais pura.
Contaram-me da ave que fala:
ninguém a encontrou jamais.
Contaram-me da árvore que canta:
não canta mais.
Caminhei para a festa do mundo. As luzes
apagavam-se já.
Conto o que vi. Mentira — meus lábios
não dizem jamais.
*
Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023
Página publicada em março de 2019
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