CALIGRAMAS / CALLIGRAMMES
seleção original de WLADEMIR DIAS-PINO
Palavras-chave (metadados): poesia visual – poema visual – ideograma – caligrama – visual põem – visual poetry
Os caligramas mais famosos são os de Guillaume Apollinaire, poeta vanguardista francês do início do século passado, mas não são os pioneiros. Caligramas são praticados desde a mais remota Antiguidade. O mais antigo deles conhecido é o de Símias de Rodes, que aparece na Index de nossa página de Poesia Visual:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/poesia_visual.html
Uma definição mais acadêmica pode ajudar-nos no entendimento deste fenômeno ou capricho literário:
Texto que dispõe tipograficamente as suas palavras de forma a obter uma sugestão figurativa semelhante ao tema tratado. Os primeiros caligramas foram os hieróglifos. Símias de Rodes (séc.III a.C.) terá sido o primeiro a ter utilizado versos figurados. Este tipo de composição também é costume designar-se por carmen figuratum, pattern poem, Bildergedicht ou poema figurativo. O inglês Puttenham descreveu com pormenor o género no seu tratado The Art of English Poesie (1589). Foi seu cultor o poeta metafísico inglês do século XVII George Herbert que desenvolveu caligramas que sugerem formas litúrgicas como sinos e altares.
Para quem lê francês vai mais esta definição:
http://www.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/C/caligrama.htm
calligramme est un poème dont la disposition graphique sur la page forme un dessin, généralement en rapport avec le sujet du texte, mais il arrive que la forme apporte un sens qui s'oppose au texte. Ce genre a été pratiqué au début du XXe siècle, notamment par le poète français Guillaume Apollinaire, qui est à l'origine du mot (formé par la contraction de « calligraphie » et d'« idéogramme »), dans un recueil éponyme (Calligrammes, 1918). Étymologiquement, ce mot-valise signifie «Belles Lettres» dans la mesure où il reprend l'adjectif grec le nom gramma qui signifie "signe d' écriture","lettre"; il s'agissait donc pour Apollinaire d'« écrire en beauté » Il aurait ainsi déclaré parodiquement à son ami Picasso : « anch'io son' pittore, moi aussi je suis peintre! » Ainsi, cette forme particulière de poésie est parfois nommée poésie graphique. Mais si Apollinaire demeure l'auteur de calligrammes le plus reconnu par l'histoire littéraire, il n'a pas inventé le "poème-dessin "; Rabelais au XVI° siècle avait a ainsi représenté sa "dive bouteille"!
http://fr.wikipedia.org/wiki/Calligramme
No Brasil, a publicação mais notável sobre os Caligramas foi realizada pelo poeta gráfico WLADEMIR DIAS-PINO (que vai ser exposta durante a I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA, de 3 a 7 de dezembro de 2007, em homenagem ao poeta) e aqui apenas fazemos um adiantamento, mostrando 7 destes magníficos exemplares. Todos antigos, anônimos. Dignos de admiração.
Veja também/ Vea también/ See also: APOLLINAIRE CALIGRAMMES/CALIGRAMAS
As imagens acima foram extraídas da obra NAQUELE FLUTUAR DAS ESCRITAS: CALIGRAMAS, leitura gráfica de WLADEMIR-DIAS-PINO, Coleção Enciclopédia Visual, da Edição Eurpoa, s.d.
CADÔR, Amir Brito. O livro de artista e a enciclopédia visual. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2016. 655 p. ilus. (Artes Visuais)
ISBN 978-85-423-0167-0 Ex. bib. Zenilton Gayoso
"Há anos Wlademir Dias-Pino vem se dedicando ao ambicioso projeto de organizar e produzir os 1001 volumes de sua Enciclopedia Visual. Na década de 1990 ele deu uma amostra das potencialidades desse projeto através da publicação de seis volumes. A enciclopédia de Wlademir, em muitos sentidos, se parece com os livros de emblemas, um "repertório de motivos para uso de artistas e artesãos" (MELOT, 1984, p. 730.) (...) Haveria na Enciclopedia Visual um índice de blocos conceituais, aos quais Dias-Pino se refere como naipes, mas não uma medida de clareza e transparência da informação. Seria o trabalho do leitor interrogar as imagens e delas construir o seu percurso (CAMARA, 2008, p. 30.)"
(...) "A combinação de técnicas de sobreposição e transparência produz uma grande variedade, demonstrando seu domínio no processo gráfico. Em cada prancha, fundos abstratos, com figuras orgânicas ou geométricas, com predomínio do segundo grupo, e uma cor de fundo, nunca vemos o branco do papel A cor tem uma função importante de integração dos elementos, e garante a unidade do conjunto, apesar da grande diferença de estilo." (...) "O volume com os caligramas (Naquele flutuar das escritas: caligramas, vol. 437) é o que tem menos intervenções gráficas, as figuras aparecem ocupando grande parte da área da página, a maioria dela está centralizada, como quadros em exposição.
Os caligramas pode ser agrupados de acordo com a língua em que foram escritos, o que muitas vezes corresponde a uma divisão geográfica..."
A seguir duas ilustrações em "Naquele flutuar das escritas; caligramas", vol. 47 da "Enciclopedia Visual" de Wlademir Dias-Pino, 1991:
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