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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANDRÉ BRETON 



André Breton como alvo... durante el Festival Dada no teatro de l´Oeuvre, 1920.

 

“Dada es idiota/ Viva Dada, Dada no es una escuela literaria, aulla» Tristan Tzara. Pero entonces, ¿que es Dada? Digamos que «si teneis ideas serias sobre la vida, si haceis descubrimientos artisticos y, de golpe, vuestra cabeza empieza a crujir de risa y encontrais todas vuestras ideas inútiles y ridiculas, debéis saber que ES DADA QUIEN OS EMPIEZA A HABLAR». Así se expresaban los dadaistas de cualquier nacionalidad, unidos en el empeño de hacer tabula rasa de aquello que estructuraba la sociedad moderna: su organizacion social, sus valores —como la reli­gión, la cultura, el arte—, sus usos y sus costumbres. Eran pintores, poetas, escultores, tipógrafos y fotógrafos. Formaron su propio gobierno, publicaron sus revistas, se expusieron contra y frente a todos y, sobre todo, escandalizaron.

Todo comienza en 1916 durante la Primera Guerra Mundial, verdadero desencadenante de esta revolución artistica.  H. Kloiczkowski

 

 

GÁRGULA – Revista de Literatura. No. 1 -  Brasília, 1997. [Instituto Camões. Impressão: Thesaurus Editora] 

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

VIGILANCE

 

A Paris le tour Saint-Jacques chancelante
Pareille à un tournesol
Du front vient quelqufois heurter la Seine e son
ombre glisse imperceptiblement parmi le remorqueurs
A ce moment sur la pointe des pieds dans mon sommeil
Je me dirige vers la chambre où je suis étendu
Et j´y mets le feu
Pour que rien ne subsiste de ce consentement qu´on
m´a arraché
Les meubles font alors place à des animaux de même
taille que ne regardent  fraternellement
Lions dans les crinières desquels achèvent de se consu
mer les chaises
Squales dont le ventre blanc s´incorpore le dernier
frisson des draps
A l´heure de l´amour et des paupières bleues
Je me vois brûler à mon tour je vois cette cachete
solenelle de riens
Qui fut mon corps
Foyillée par les becs patients des íbis du feu
Lorsque tout est fini j´entre invisible dans l´arche
Sans pendre garde aux passants de l avie que font
sonner três loin leurs pas trainants
Je vois les arêtes du soleil
A travers se déchirer le linge humain comme une
grand feuille
Sus l´ongle de l´absence et de la présence qui sont de
connivence
Tous les métiers se fanent il ne reste d´eux qu´une
dantelle perfumée
Une coquille de dentele que a la forme parfaite d´u
sein
Je ne rouche plus que le coeur des choses je tiens le fil

 

 

Tradução de Fernando Mendes Vianna:

 

 

VIGILÂNCIA

Em Paris a Torre Saiint-Jacques cambaleante
Igual a um girassol
Com as fronte vem às vezes bater no Sena e sua
sombra desliza imperceptivelmente entre os rebocadores
Nesse momento sobre a ponta dos pés no meu sono
Eu me dirijo para o quarto onde estou estendido
E ponho-lhe fogo
Para que nada subsista desse consentimento
que me arrancaram
Os móveis dão lugar então a animais do mesmo
tamanho que olham fraternalmente
Leões em cujas crinas acabam de se consumir
as cadeiras|
Esqualos cujo ventre branco incorpora o último
arrepio de lençóis
Na hora do amor e das pálpebras azuis
Vejo-me arder por minha vez vejo esse esconderijo
solene de nadas
Que foi meu corpo
Examinados pelos bicos pacientes dos íbis de fogo
Quando tudo está acabado entro invisível na arca
Sem cuidar dos passantes da vida que fazem
soar muito longe seus passos arrastados
Vejo as arestas de sol
Através do espinheiro da chuva
Escuto rasgar-se a roupa humana como uma
grande folha
Sob a unha da ausência e da presença em conivência

Todos os misteres de fanam. Restam dela só uma
renda perfumada
Uma concha de renda com o formato perfeito de um
seio
Toco agora apenas o coração das coisas seguro o fio

 

                Do livro de André Bretón
 O Revólver de Cabelos Brancos-
1932

 

 


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