“Este verde País”.
CLÁUDIO MANOEL DA COSTA
1
Vago por campos e montes
por caminhos desmedrados
andejo por trilhas errantes
percursos imaginados
ermos, vastos, por versos
itinerantes.
Generosas terras e ondulosas serras.
Prados verdejantes, castos, úberes
rios caudalosos, pardos, céleres
bravios, púberes, arredios
outros pedregosos, frios, lerdos.
Rios secos, temporários, tristes
Rasos, crassos, temerários.
São vastidões insondáveis
que meus olhos antecipam
sertões, pampas, pantanais
indevassáveis, solidões.
Viajor de rotas infindas
andarilho sem destino
curvas, retas (trilho, trem)
sol a pino, pranTo e espanto.
Dor.
2
Estações abandonadas, portos
pastos, pontes, vastidões
desoladas.
Eu, mochila à costa, sem rumo
pedindo carona.
Boléia de caminhão, rede de pouso
beira de estrada, indo pra onde
for.
Vou por onde me levar
o pensamento
com os cabelos ao vento
distraído
com olhos de ver
e ouvidos de ouvir.
Desvendar um Brasil
em qualquer lugar
onde ele se der
e se mostrar.