Fonte: oyo.com.br
EM SALVADOR, BAHIA,
LEMBRANDO JORGE AMADO
Poema de Antonio Miranda
(Salvador, Bahia, julho de 2009,
depois de uma visita à Casa de Jorge Amado,
a do Pelourinho)
ardências, sótãos poeirentos, soturnos
pruridos noturnos , monturos
pedra sobre pedra, corpo sobre corpo
do verde ao azul
este mar me enceguece
margens corroídas, casarões
abandonados
veleiros à deriva, santos carcomidos
e mãos prostradas no Bonfim
(são imprecações, são queixas, queixumes,
azedumes, são encantos ou quebrantos)
agouros e prazeres
agendas prorrogadas, encontros fortuitos
decidindo a vida
— como fogo-fátuo.
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