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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

DETRÁS DO ESPELHO

 

 

Poema de Antonio Miranda

 

Arte digital de Robson Corrêa de Araújo

 

 

I

            sou um rato

            que comanda  o mundo

 

            que me comanda

 

 

os animais não verbalizam

mas (também) sentem

                                               decidem

respondendo ao desafio

                                   da sobrevivência

 

acumulando, estocando energia

 

sou um rato na troca permanente

de energia:

                        passado e presente

— indissociáveis: 

sinergia.

 

 

II

 

sendo um rato, penso

por ação

                 acaso mentalizo

sem palavras

                        — reação.

 

o desafio é extremo!!! constante

o caminho da harmonia é arriscado

entropia

                        fúria desintegradora da matéria

na dissolução dos elementos

 

            (na individuação

            do   ente)

 

 

III

 

sendo um rato, uma dor de dente

perturba minhas convicções mais profundas

me desentranha;

a carência de proteína desfaz

a minha fé.

 

o espelho, do outro lado,

não me reflete

mas reflito:

           

            a multiplicação  /  decadência

 

                        do                       da

 

                 (argumento de momento)

 

adensar-me de fora para dentro

estender-me

                        — extensão de mim

na resignificação desesperada

agÔnica.

 

 

IV

 

do lá de cá do espelho

há uma outra realidade

 

questiono

                        sobre a metade

amputada.

 

não consigo estar sozinho. 

 

V

 

em sendo rato desenvolvo

meu olfato, meu tato

em contato com o mundo

 

minha pele é sensível e me orienta

pelo diálogo!!! pela dialética

(positivo – negativo)

dos confrontos, dos contrários

dos desencontros

 

(in)formação em meu sangue circulante

minha transformação

meus dedos pensantes

minhas mãos falantes

— meus horizontes

minhas penas, minhas pernas, meus ossos

instintos, intestinos, testículos

sentimentos, trocando experiência

com as pedras

                                   os ventos

por alamedas (in)corpóreas

no ciclo tautológico do universo:

no entanto, portanto, me reciclo.

 

 

VI

 

um homem sem memória (que) se extingue

se desintegra regenera / recupera;

excede

na irreversibilidade da fatal

idade  :  paixão irreversível

na (des)organização sistêmica

endêmica, interdependência, instância

circunstância = homeostasia.

 

pré(conceitos) — convicções em crise

(re)(in)duzindo (in)certezas...

sentimentos em suspenso

 

transfiro minhas energias, matérias

cromossomos:

                        sobreviver é preciso

criar, recriar, fazer e refazer (-me)

indis pensável!!!

na irreversibilidade, na errância

                        (equilíbrio insustentável)

 

 

VII

 

sendo rato em relação com o mundo

— que se adensa em camadas de conflito

em reações e rearranjos

(in)controláveis, incontornáveis:

 

o nome se refaz, se renova

nas relações fortuitas, encontros azarosos

tentativas antinaturais de acomodação

que se desfazem pela inércia

que se auto-dissolvem

na corrente natural da

consciência / existência

(matéria e energia)

des / informação

desconstrução absoluta

 

abocanhando, ruminando, vomitando 

padrões de relação  / relações monitoradas 

impossível parar!!! e sem retorno.

 

Luz!  Esplendor! 

o espelho reverberando 

poder da tradição = fator de renovação

 

autopoiesis.

 

 

 

Brasília, 27-29/2/2008

 




 

 

 
 
 
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