Ilustração de Salvador Dali
CRONOS ASSINCRÔNICO
Poema de Antonio Miranda
Rompam-se os Relógios!
Olheiros!!!
Haveremos de.
Não é o tempo que urge.
Os sinos tocam nas horas canônicas
— Gregorianas.
Sirenas de fábricas
relógios de ponto
rotinas programadas
follow-ups
cronômetros.
Abaixo a padronização
do mass media!
Quadrantes, sextantes
calendários
ajustam-se a um tempo
roubado.
Quero a semana de
vinte dias, o mês
de duas estações
o fim de ano
no fim do dia.
Brasília, 13/12/2010
|