GÊNESIS
Poema de Antonio Miranda escrito
em 1964, aos 23 anos de idade.
O amor que se mostra
mesmo ausente
por seu enunciado,
como um halo
à intuição do que antevê.
Teu corpo revelado
por uma fração do corpo,
pelo instinto
de quem reconhece
na forma sugerida
a forma idealizada.
Teu corpo em precipício
e o que dele flui
em arestas e ações,
facções de luz; a paisagem em movimento.
O corpo em declive,
suave recosto, janela
aos teus olhos distraídos.
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