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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


CARLOS RODRIGUES BRANDÃO

Bacharel em psicologia e psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1965). Possui mestrado em Antropologia pela Universidade de Brasília (1974), doutorado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (1980) e livre docência em antropologia do simbolismo pela Universidade Estadual de Campinas. Aposentou-se da UNICAMP em 1997. Permanece como professor do Doutorado em Antropologia e do Doutorado em Ciências Sociais da UNICAMP. Realizou estudos de pós-doutorado em antropologia junto à Universidade de Perúgia e a Universidade de Santiago de Compostela.

Divide sua obra escrita entre a antropologia, a educação e a literatura. Publicou ou coordenou a edição de sessenta e dois livros nestas três áreas do conhecimento. É comendador da Ordem do Mérito Científico, recebeu prêmio do CNPq por sua obra em cultura popular. Recebeu a medalha Roquette Pinto da Associação Brasileira de Antropologia e o Prêmio Poesia-Liberdade pela Fundação Centro Alceu Amoroso Lima. Recebeu também a medalha Dom Helder Câmara, da Pontifícia Univerisade Católica do Rio de Janeiro. É professor emérito da Universidade Federal de Uberlândia. A partir de 2010 seus livros e artigos poderão ser encontrados no link LIVRO LIVRE do site:  www.sitiodarosadosventos.com.br/

 

VER TAMBÉM POEMAS DE CARLOS RODRIGUES BRANDÃO na página de Goiás:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/carlos_rodrigues_brandao.html

 

 

 

O OFÏCIO DE MORTO 1

 

êsse que vai morto

vai a vau.

esse que vai, morto

vai ao valo.

 

êsse quem o leva morto

leva a morte ao valo. essa

a tarefa:por em cova o corpo

onde a cava enterra a carne.

 

desse que vai morto

sai a cal.

esse que vai

morto vai ao ralo.

 

êsse: o que se leva morto

leva o caso ao ralo. essa .

a morte: por o corpo ao lado

de onde a terra apressa o fruto.

 

êsse que vai morto

vai a pau.

 

nêsse que vai morto

cai o malho

 

êsse o morto: o que se leva

e leva a morte ao malho. essa

a fun$ao: por na morte a parte

em que a fome aponte o fato.

 

desse que vai

morto sai o sal.

êsse que vai,

morto cai ao lado.

 

êsse o que se leva: morto

leva a lavra ao lado. essa

a morte: por o homem longe

de onde a safra perde o trato.

 

nesse que vai: morto?

vai sinal.

 

desse que vai (morto)

sai o brado.

 

êsse o morto que se leva

e leva a morte ao brado. êsse

o sinal. por na coisa a causa

em que a luta acabe a grita.

 

 

O OFÍCIO DE MORTO 2

 

a morte

essa morte não mata

a metade do morto.

essa morte (se mata)

a si mata com o corpo.

 

o corpo

êsse corpo não gasta

a metade da morte.

êsse corpo (se gasta)

em si gasta essa sorte.

 

a sorte

essa sorte não leva

a metade do nome.

essa sorte (se leva)

o que leva é sem lume.

 

o lume

êsse lune n~so queima

a metade da roupa.

êsse lume (se queima)

a si queima com a coisa.

 

a coisa

essa coisa não causa

a metade do resto.

essa coisa (se causa)

em si causa essa luta.

 

a luta

essa luta não come

a metade do homem.

essa luta (se come)

o que come tem nome.

 

o nome

êsse nome não clama

a metade de tudo.

êsse nome (se clama)

o que clama diz tudo.

 

*

 

PLANTA

 

planta a planta

colhe o fruto?

 

quando planta o fruto aponta

põe o grão e enterra a terra.

quando colhe o pouco escolhe,

perde a parte, e quanto aporta?

 

planta a palmo

colhe a custo.

 

planta a planta

colhe o fruto?

 

o que planta em pouco importa

posto o grão em terra: espera.

o que colhe é pouco e encolhe,

posta a perda, a quanto aparta?

 

planta a palmo

colhe a custo.

 

planta a planta

colhe o fruto?

 

onde planta em pouco lança

cuida o grão e aguarda a safra,

onde colhe em pouco acolhe,

pesa o pêso, e quanto guarda?

 

planta a palmo

colhe a custo.

planta a planta

colhe o fruto?

 

porque planta e pouco alcarça

tira o fruto e parte a parte.

porque colhe e escolhe a soca,

pensa a perda e apronta o passo.

 

planta a palmo

colhe a custo.

 

planta a planta

colhe o fruto?

 

planta o grão e colhe o fruto

cuida a coisa e gasta o gosto.

colhe o pouco e escolhe a soca,

pesa a falta e passa a luta,

 

planta a palmo

colhe a custo.

 

 

 

O PEDREIRO (dança)?

 

faz: do braço ao trago

o risco acerta: faz:

no ato a dança. a dança

faz: o risco — o acêrto.

 

faz: do traço ao pasto

o pouco em prato: faz:

do fato o passo. o passo

faz: o pouco — o apêrto.

 

faz: do pasto ao prumo

a massa enxerta: faz:

no ato a dança. a dança

faz; a massa — a messe?

 

faz: do prumo ao pulo

a fome informa: faz:

do fato o passo. o passo

faz: a fome — o cêrco.

 

faz: do pulo ao troço

a hora acerta: faz:

no ato a dança. a dança

faz: a hora — o acêrto.

 

 

 

Extraídos de PRAXIS  revista de instauração  critica e criativa.  Número 5 Ano 4/5  1965/1966. São Paulo. Dirigida por Mário Chamie.
Conservamos a ortografia tal e que aparece nos textos da revista.

 

Página publicada em fevereiro de 2010

 

 

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