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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                             Foto: http://poetasdobrasil.blogspot.com/

 

 

ANGELA MARIA CARROCINO

 

 

ANGELA MARIA CARROCINO é paulista, de Pindamonhagaba, mas criada no Rio de Janeiro, para onde veio ainda bebê. Formada em Pedagogia pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), cansou-se de "brincar" de professora e de artista plástica e resolveu "brincar à sério" de escritora e intérprete.

Atualmente integra o Grupo Poesia Simplesmente e é Diretora de Eventos do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro (SEERJ). Escreve uma coluna para o jornal literário RIOLETRAS e coordena eventos de poesias, como o "Terça ConVerso no Café" (com o Grupo Poesia Simplesmente) e o " Charau - um sarau com chá e charme", no SEERJ.

Tem dois livros de poesias editados: "Tecendo Palavras" (2002) e "Tal Pai, Tal Filha" (2007), além de ter participado de várias antologias poéticas.

 

 

POESIA DO BRASIL.  Vol. 5.  Org. Ademir Antonio Bacca.  Bento Gonçalves: Proyecto    Cultural Sur - Brasil, 2007.  308 p.Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

De vez em quando.
De quando em vez.
 

 

De quando em vez,

mergulho dentro de mim,
vasculho minhas memórias,
para reavaliar meus amores...

 

De vez em quando
saio de dentro de mim,
ouço dos outros as histórias
para reavaliar meus valores...

 

De quando em vez
tento parar o tempo
que corre tão rapidamente
que não me deixa pensar...

 

De vez em quando
rezo para que o tempo
passe mais celeremente,
pois o que não quero é pensar...

 

De quando em vez

sou a mais feliz das mortais:
distribuo sorrisos e flores,
pois o amor veio me visitar.

 

De vez em quando

sinto-me infeliz demais,
vivo num mundo sem cores:
o amor foi para não voltar...

        De quando em vez
o passado me assombra
e o presente perde o viço.

        De vez em quando
o futuro me assusta
e no presente dá sumiço...

        De quando em vez
admito:
de amor quero morrer...

        De vez em quando
descubro
há muito deixei de viver!

 

 

 

Súbito

 

Desavisada que eu era,
deixei o Amor entrar,
sem sequer bater à porta.
De roldão,
ele apossou-se de tudo.
Comeu na minha mesa
deitou na minha cama,
e, quando eu pensei
que havia vindo para ficar,
foi-se embora,
sem nem dizer adeus
e agora
seu nome é Saudade...

 

 

 

Desejo

 

Praticamente a vi nascer.
Acompanhei todo seu crescimento:
o frescor de sua infância,
vi quando "encorpou",
afinou a cintura e
arredondou o quadril...

 

A cada vez que meu olhar a percebia,

extasiava-me com sua mudança

e aguçavam-me os sentidos...

Podia perceber que agora

estava bem mais madura

e pouco faltava para o dia

em que, finalmente, poderia

deixar falar meus instintos mais primitivos

e saciar minha fome de seu sabor,

tomando-a em minhas mãos,

deleitando-me com seu aroma,

colando meus lábios em sua pele macia,

enquanto, suavemente, a morderia

e sorveria seu sumo,

tornando-a definitivamente minha!

 

— Ah, um sonho prestes a se realizar:
colher a primeira pêra do meu pomar!!

 

 

 

Página publicada em novembro de 2019

 

 


 

 

 
 
 
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