ADALBERTO VIVIANI
Nasceu em São Paulo em 1959. Foi um dos fundadores da Editora Altenativa, que nas décadas de 70 e 80 ajudou a fixar o movimento da poesia marginal e de artes gráficas. Publicou Humus com Claudio Rocha e Luis Baggio Neto, livro que deu origem à editora em 1978. Criou objetos poemas e publicou desde então Jogos Poéticos, Tem Sentido?, Clãdestino e Tédio. Recentemente teve uma coletanea de poemas publicada sob o título Clãdestino, em edição artesanal da Cãdestina Cartonera, editora de Belo Horizonte. Tem trabalhos como reteirista e textos para teatro. O mais recente é Antropogastronomia,
Foi um dos fundadores da Editora Altenativa, que nas décadas de 70 e 80 ajudou a fixar o movimento da poesia marginal e de artes gráficas. Publicou Humus com Claudio Rocha e Luis Baggio Neto. Autor também dos “objetos poemas” Jogos poéticos, Posters poemas, e As coisas intermitentes. Tem sentido e Clandestino, além de trabalhos em cinema e teatro.
VIVIANI, Adalberto. Tédio. São Paulo: Xamã, 2013. 21,5 x 13 cm Capa: Claudio Marcucci. ISBN 978-85-7587-157-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
todas as coisas
inanimadas movem-se em círculo
baile
balé
cinema
os vasos sem flores
(qualquer sinal de vida atrapalha)
com água turva
curvam-se aos fatos
os pratos sujos
as roupas por lavar
os travesseiros dormindo
são prisioneiros
de um
interminável domingo
*
o relógio
elogio
estático
na parede da sala
agora
avisa que chegou
a hora
*
nos perdemos do que somos
desbaratamaos o que seríamos
restou
recriar o que fomos
*
entediante
é ter você
diante
do mesmo jeito
de antes.
*
emenda
a gente dá um jeitinho
uma ajeitada
ajustada
um pouquinho
um parágrafo
uma vírgula
e aprovamos nsum sust
mas tudo tem um custo
*
capital
fez-se um pecado
(doença oriunda de cura)
seu tesão eu devoro
escalando minha gula
Página publicada, com a autorização do autor, em dezembro de 2018
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