Foto: https://www.nsctotal.com.br
MAURA DE SENNA PEREIRA
( Florianópolis – Santa Catarina, Brasil )
(Florianópolis, 4 de outubro de 1904 — Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 1991) foi uma professora, jornalista e poeta brasileira.
Após o falecimento de seu pai, assumiu responsabilidade pelo família e engajou-se na luta pelos direitos das mulheres.
Patrona da cadeira 14 da Academia Catarinense de Letras e Arte, fundada por Heralda Victor
Cede o nome à Escola de Ensino Básico Professora Maura Senna Pereira, em Pinheiro Preto, Santa Catarina .
Obras
Círculo Sexto (1959); Busco a palavra. Nós e o mundo (1976);
A Dríade e os Dardos (1978); Espoema (1980); Cantiga de amiga (1981); Verbo solto (1982); Poesias reunidas e outros textos
Livros de poesia: Cântaro de ternura (1932); Poemas do meio-dia (1949); Círculo sexto (1959); País de Rosamor (1962); A dríade e os dardos (1979); Despoemas (1980); Cantiga de amiga (1981); Verbo Solto (1982); Poemas-estórias (1984); além de muitas antologias coletivas.
ALBUM DE POESIAS. Supplemento d´O MALHO. RJ: s.d. 117 p. ilus. col. Ex. Antonio Miranda
PEREIRA, Maura de Senna. Florianópolis: Edições SANFONA, 1989 [folha dobrada em quatro páginas] São 14 folhetos em uma caixa de plástico) Tiragem 200 exemplares.
Ex. bibl. Antonio Miranda
2
SALMO PARA O BEM AMADO
Imprecações não ergo e sim ditirambos
e sim aleluias
e sim hosanas
às pedra e às dores do caminho.
Onde está a harpa do rei David
onde estão as cítaras hebreias
onde está Sulamita
e onde as virgens loucas?
A todas essas cordas e bocas eu conclamo
a toda ao meu lado quero
para ajudarem a bendizer a tormenta
que me arrebatou a primavera,
as geenas que padeci,
as pedras e as dores, as lutas e as revoltas,
a bendizê-las
porque foram elas que me aproximaram de ti.
4
MATERNIDADE
Arrepender-te-ás talvez
como de uma suprema profanação
de teres um dia me vestido
de bagos e de gomos
e para eles depois te atirado
como um fauno sem lei.
Oh, não te arrependas não
pois me deste glória e honra
pois eu só via o milagre da árvore estéril
carregada de frutos
e o sumo da uvas escorrendo
dos seios que nunca amamentaram.
6
O QUE IMPORTA
O meu medroso hímen — oh que pena
não teres sido tu que o golpeaste
o que importa porém veio depois
o que importa foram as labaredas
que soubeste atear em meu pudor
forma aquelas noites desvairadas
de carne e de alma conjugadas
a vararem três lúbrico decênios
O que importa, amor, é este himeneu
— sem os ritos falazes do primeiro —
que juntos celebramos tu e eu
*
VEJA E LEIA outros poetas de SANTA CATARINA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/santa_catarina/santa_catarina.html
Página publicada em outubro de 2021
Página publicada em abril de 2019
|