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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ECOPOESIA

 

 

 

 

 

 


EDSON ROBERTO FUHRMANN

 

 

 

64 anos (EM 2020), natural de Joaçaba (SC).
Jornalista há 37 anos, atuou como repórter, correspondente
e editor nos principais veículos de comunicação escrita de Santa Catarina.
Compositor, participou de dezenas de festivais de música.
É também escritor, tendo dois livros publicados.
Atualmente reside em São Miguel do Oeste (SC), onde é editor do Jornal Imagem. Nas horas vagas se dedica a ministrar curso de redação e publicações de conteúdos na Internet.

 

 

 

PROVÉRBIOS DA LAMA. Antologia poética. Organização Rodrigo Starling.   Belo Horizonte:  Starling, 2020.    204 p.   ISBN 978-85-990511-3-5    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

A PROFECIA

 

 

 Um manto negro cai por sobre a terra
Já não brilha o astro rei, irmão sol
 

A irmã lua não espalha sua luz de prata
Já não cintilam as estrelas no arrebol

 

As florestas só existem na lembrança
Nos descampados já não correm os corcéis
Só fumaça se vislumbra no horizonte deserto
O verde é apenas a cor usada nos quartéis

 

Desfaz-se a tarde
Desfaz-se cedo
Faz-se a noite
Chega o medo

 

Se arrastam os mutantes sobre a terra
Seres vis de semblantes arredios
Já não plantam, já não colhem no solo estéril
Não têm verde, não têm flores, não têm rios

 

Não foi a guerra de artefatos nucleares
Nem os áliens do espaço sideral
Foi o homem que agrediu o seu próprio planeta Recebendo a resposta natural

 

 

 

 

 

 

 

A REVOLUÇÃO

 

 

 

 

Povos procedentes do terceiro mundo
Da América, África, Ásia, do Oriente
Servos de Jesus, de Ogum, de Alá
Cercam todo o Norte num repente

 

Fecham-se as fronteiras vigiadas
Por terra, por mar, preparam-se os canhões
Ogivas nucleares anunciam o fim dos tempos
Nas igrejas destilam-se orações

 

Jesus, Ogum, Alá

De que lado o céu lutará

Que querem os invasores

Perante seus senhores

Se o submundo não resistirá

 

Nos centros financeiros do primeiro mundo
Estima-se a queda nos lucros auferidos
Nos guetos, nas vielas, minorias já decidem
No futuro não serão mais preteridos

 

Nas fronteiras se erguem barricadas
Armas primitivas nas mãos de velhos mestres
Pelos ventos chegam versos em vozes arrastadas
São milhões repetindo as mesmas preces

 

 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2020

 

 

 


 

 

 
 
 
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