JOSÉ MONTEIRO DE SOUZA
Nasceu em Porto Velho, Rondônia, no dia 19 de março de 1957. Aos 21 anos de idade, em 1978, publicou o seu primeiro livro de poemas, composto em versos livres e intitulado “Risos e prantos”.
Monteiro, como é conhecido, é um poeta de inspiração religiosa, acentuado humanismo e contestador das desigualdades.
José Monteiro, embora sendo adepto da poesia-prosa tal como os demais escritores de Rondônia que já conquistaram prêmios literários, conquistou o prêmio mais importante de sua carreira com um poema intitulado “Riquezas de Rondônia”. Com o referido poema, ele conquistou o 1º. lugar no Concurso “Vespasiano Ramos”, promovido pela ERA, entidade que precedeu e originou a atual UBE-RO.
Escritor dotado de um vocabulário muito rico. Monteiro é uma das figuras mais importantes do cenário cultural de Rondônia.
MENDES, Matias Alves; BUENO, Eunice. Síntese da Literatura de Rondônia. Capa: João Orlando Zoghbi. Porto Velho: Genese-Top, 1984. 126 p. Ex. bibl. Antonio Miranda.
RIQUEZAS DE RONDÔNIA
RONDÔNIA, o adorno da Amazônia encantada
na qual sonho e magia se transformam em canção
de uma grandeza orgulhosa e versejada
dos poetas que vivem na inspiração
Radiante resplandece nas manhãs
fenecendo a harmonia de sutil quimera
e os seus filhos apegados a seus afãs
constroem o progresso que uma nação espera
Sempre unida a seu bravo ideal
exprime no trabalho o amor pelo BRASIL
e no empenho de servir a Amazônia Ocidental
torna-a sempre unida e varonil!
És o celeiro de riquezas naturais
e os teus filhos, orgulhosos, bradam alegremente
o progresso que anseias desde os nossos ancestrais
se perpetua, em nós, tão docemente.
Da PÁTRIA Mãe tu és a predileta
na invejável extração da borracha
riqueza que forja a desejada meta
de fazer grande o teu futuro em marca
Bendito o ventre de teu corpo fecundo
onde brota abundante: arroz, milho e feijão
e sob camadas a mandioca no solo profundo
como base de nossa alimentação.
O verde expressivo da densa floresta
rejeita incontestável a solidão
na dança dos pássaros em festa
sob os acordes naturais de uma canção.
Como o murmúrio da brisa alvissareira
rompendo o silêncio natural de um despertar
é o balanço das águas do Madeira
na beleza de um navio a singrar.
Rompem-se os grilhões do solo eminente
emanando, então, as riquezas procuradas
do minério e do estanho que, pra gente,
são riquezas em torrões pouco encontradas
Vêde, imigrante, as nossas cachoeiras
quão afável é sentir a natureza
vêde, imigrante, os costumes e maneiras
do povo desta terra cheia de nobreza.
Vêde, imigrante, os nossos seringais
que dizem o afeto do nosso seringueiro
vêde, em nosso solo, grandezas naturais
sublimadas no trabalho do bravo garimpeiro
O teu solo enobrece os nossos corações
e tua floresta exprime nossa história
tuas riquezas são nossas expressões
que te elevam, RONDÔNIA, aos píncaros da GLÓRIA.
Página publicada em junho de 2020
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