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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

BOLIVAR MARCELINO

 

Poeta e ensaísta, nasceu  no dia 28 de Agosto de 1932, em Natal, Rio Grande do Norte, e radicou-se em Porto Velho aos 6 anos de idade.

Formado em Ciências Contábeis pela Escola Estudo e Trabalho, também fez os cursos de Letras e Estudos Sociais pela Universidade Federal do Pará, pós-graduado pela UNIR em História e Geografia e bacharelou-se também pela UNIR em Direito.

Poeta regionalista, retratou em sua obra a vida do seringueiro, o canto do Uirapuru, a enchente do Rio-Mar, a beleza da Vitória Régia, o drama da Madeira-Mamoré e a paisagem amazônica. Do seu conhecimento e paixão pelas lendas amazônicas, citamos a Mãe-D’água e o Caboclo Tapuia.

Faleceu no dia 25 de outubro de 2010.

Fragmento de biografia extraída de https://rondoniaovivo.com/

 

 

 

 

       A ÁRVORE

Árvore amiga que nos dás as flores,
Que desde o nascimento nos ampara,
Que para nós é como a essência rara,
Que nos mitiga sempre as nossas dores.

No mundo, és o símbolo da esperança,
Que nos dás teto, mesa, e até pão,
És o berço, a sombra, a proteção,
Que nos embala os sonhos de criança...

 

        Árvore amiga das horas de tristeza,
À tua sombra hei de morrer um dia,
Exaltando-te os frutos e a beleza...

 

        E que me possas servir-me de lição:
Deste-me o berço como eu pretendi,
E hás de dar-me as tábuas do caixão...

 

 

 

 

        COMÉDIA HUMANA

 

       No caminho pedregoso da existência,
Nos escabrosos pantanais da vida,
Não encontrei a chama enternecida
Que iluminasse tua fugaz essência...

Tinhas do fel, amargurada essência,
Que na minh´alma em ânsia resumida,
Aumentava-me as mágoas e a ferida
Do mal que me roía a consciência...

 

        E na busca de sonhos e ilusões
Não tive mais que incompreensões,
Pois só colhi das flores mal-me-queres

 

        E foi esta, a mais dura e verdadeira,
Lição que tive pela vida inteira:
Aprendida entre homens e mulheres...

 

 

 

 

        QUANDO EU MORRER...

 

       Quando eu morrer, na minha campa fria,
Não derramem lágrimas de saudade,
Não perturbem a minha eternidade
Com as lágrimas cruéis da hipocrisia!

Não busquem esconder no fim do dia,
Os meus desgostos — a minha ansiedade,
— Deixem comigo esta infelicidade,
— Deixem, também comigo a nostalgia...

 

        Deixem que a tarde, o triste gaturamo,
Em meio às copas do cipreste mudo
Bata suas asas a cantar no ramo...

Para que no silêncio deste drama,
Possa morrer o que restou de tudo;
Desta vida, do Amor, da própria Fama...

 

 

 

       ESTAÇÕES



Sonhos vadios de um alvorecer nevoento,
Enchem minh´alma como folhas mortas,
Caídas pelo chão (secas e tortas),
Levadas em rodopio pelo vento...

E sinto o outono vir, como um lamento
De minhas dores (o coração me cortas)
E as ilusões se vão, batendo às portas
Do meu ser destroçado e em sofrimento...

 

        E eu choro, e as lágrimas dos olhos
Jorram quentes (Ó mundo de abrolhos!)
Minh´alma, assim, não passa de uma estação:

Primavera sem rosa colorida,
Inverno a transformar a minha vida,
E no peito: fugaz tarde de verão...

 

 

 

       

        ANOITECER...

 

 

       Na juventude no abrolhar da vida,
Seguimos, alegremente pela estrada,
Como se fosse a nova caminhada:
Sonhos, quimeras, ideais, partidas...

E assim, vamos, de alma revivida,
Pondo no peito uma ilusão dourada,
E sem olhar as urzes da calçada,
Os sonhos embalamos de vencida...

E tudo é uma alegria esfuziante,
Na paisagem tecida de quimeras,
Na paisagem feliz e delirante...

Mas quando nos fios brancos dos cabelos
Nascem na fronte de “cruéis esperas”,
Vamos que é tarde pra poder contê-los...

 

 

 

Página publicada em junho de 2020
 


 

 

 
 
 
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