Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://ahistoriadosseios.blogspot.com/

 

ROSÁLIA MILSZTAJN

 

Rosália Milsztajn é carioca, poeta, médica psiquiatra formada pela UFRJ. Exerce atualmente a psicanálise, tendo feito sua formação pela Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro.

Especializou-se em Literatura Brasileira pela PUC-Rio. É autora das obras de poesia "Aqui Dentro de Mim" e "A História dos Seios".

Foi idealizadora de alguns eventos de poesia em livrarias do Rio de Janeiro e já teve seus poemas publicados em diversas antologias, revistas e jornais. Em 1999 venceu o Prêmio SESC de Poesia do Estado do Rio de Janeiro.

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE. Revista semestral de poesiaANO 9 – NÚMERO 14. AGOSTO 2001.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional do Livro, 2001.  222 p. ilus.  col.  Editor geral  Marco Lucchesi.  ISSN 0104-0626    Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

         Ser

        Ser para outro
        Ser
        Sem ser Auschwitz
        Dachau
        Sou

        Holocausto
        Cicatriz
        Herdeira
        Ou flor
        Sou
?
        Mulher
        Criança
        Homem

        Todos eram. 

 

 

        Furto

        A pressa
        Se apressa
        Em ser

        Sua fúria
        Do futuro
        Suga o sangue

 

A seguir, o poema publicado na Folhinha Poética – 2012:

 

MULHERES

Mulheres, mulheres
mães, não só as mães
filhas, primas, tias, irmãs, avós, sobrinhas
todas são suspeitas
Peitos, peitos, ó, peitos
Por que nascem com peitos
as mulheres?

Entregam tudo
de bom grado
Prazerosamente,
porque todo mundo tem que entregar um dia
intrigante, porém verdadeiro

Não, não são mais inteligentes
Eu juro
eu prometo
Elas são assim de um jeito

Comoventes
comoventes
Como virgens
como cortesãs em Caravaggio
ou cubistas coloridas no fragmento
de Picasso.

Aquela que chora a que ri
A que não sabe para onde olha
onde vai
o que vai fazer
o que está pensando?

E outras que não chegaram a ser musas
pela escassez das tintas
(ou artistas)?

Trazemos a imortalidade
entre as pernas
nós mulheres

Nos seios o véu de estrelas lácteas
nós mulheres
trazemos a provisão

Nós mulheres trazemos a inscrição de tudo
que está por acontecer

O vir a ser e a solidão

 

A seguir, o poema publicado na Folhinha Poética – 2012:

 

MULHERES

Mulheres, mulheres
mães, não só as mães
filhas, primas, tias, irmãs, avós, sobrinhas
todas são suspeitas
Peitos, peitos, ó, peitos
Por que nascem com peitos
as mulheres?

Entregam tudo
de bom grado
Prazerosamente,
porque todo mundo tem que entregar um dia
intrigante, porém verdadeiro

Não, não são mais inteligentes
Eu juro
eu prometo
Elas são assim de um jeito

Comoventes
comoventes
Como virgens
como cortesãs em Caravaggio
ou cubistas coloridas no fragmento
de Picasso.

Aquela que chora a que ri
A que não sabe para onde olha
onde vai
o que vai fazer
o que está pensando?

E outras que não chegaram a ser musas
pela escassez das tintas
(ou artistas)?

Trazemos a imortalidade
entre as pernas
nós mulheres

Nos seios o véu de estrelas lácteas
nós mulheres
trazemos a provisão

Nós mulheres trazemos a inscrição de tudo
que está por acontecer

O vir a ser e a solidão

 

ROSALI MILSZTAIN. Puro cristal.  Rio de Janeiro: 7Letras,  2021.
        85 p.  ISBN 978-65-5995-154-0.       Ex. bib. Salomão Sousa.


       Mar rouco

     
  Para Gabriela

     
O mar
      Palimpsesto de vozes
      Em seu ruído é canção de afogados
      Refugiados, perseguidos, escravos

      O mar lavadeira de sofrimentos
      Banhados sem ti
      Encardem teu som
      Tua voz rouca
      Teu marulhar
      Choramingo dos esquecidos
      Segue anêmico das ondas que batem no cais do mundo
      Que não se deixa alcançar


      O amor cobra

      
O amor cobra o que não se pode e não se tem
       Arreganha as entranhas
       Lacera cerne do ser

       Que amor é esse que não pode amar
       Porque só em par o amor se faz
       E sem plenitude o amor é plano
       Voa sem rumo ao vento
       Em vão



        Você acha

       Você acha que não te abate
       que triunfou
       Mas não
       O que passou não passa
       Fica em estado de pedra, ou melhor,
       argila dura à espera de ser moldada por algum
                                      [acontecimento libertador
       A vida não admite rasuras

      A chuva fina e fria

    
A chuva fina e fria
     caía em meus braços com facas afiadas
     Na pele, a peneira, não coava
     o puro dilatado pela culpa ancestral
     — em sua borda — florescia a punição
   
     E as dobras doíam, doíam
     a gripe depois da posse
     o organismo avariado,
     o abismo
     Despreparada para mais uma
     hipocondria

 


*

VEJA E LEIA outros poetas do RIO DE JANEIRO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html


Página publicada em agosto de 2023


 

 

Página publicada em junho de 2018


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar