NATÁLIA PARREIRAS
Nasceu na cidade de Carazinho, Rio Grande do Sul mas desde os 7 anos de idade vive em Recife, Pernambuco. Aos 12 anos escreveu seu primeiro livro de poesias e foi entrevistada no programa “Jô Soares Onze e Meia” (ainda no SBT) e voltou a completar outro livro aos 15 anos. Seu primeiro livro impresso – Inverso Verso, Comunigraf Editora do Recife, 2002 -, quando tinha apenas 18 anos. Estudou Letras na Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente vive no Rio de Janeiro.
Blog: http://sonatainsone.blogspot.com/
Conheci Natália numa festa durante a FLIPORTO 2009, em Porto de Galinhas e ela me dedicou o livro: “Para o querido Antonio Miranda, com todo o anseio da menina em ser poetisa!. Com todo meu respeito, admiração e carinho”. Respeito, admiração e carinho que agora retribuo... ANTONIO MIRANDA
“Despedida”
Um rosto,
Um apego,
Mil lembranças.
Sem traços,
Sem rastros,
Sem esperanças.
Só um esboço,
Nesse esforço,
De pele e osso,
É o que faço.
Lágrimas que não têm rumo,
Tristezas profundas que em sumo,
São sentimentos rasos.
Pele quente, peito aberto,
Toda desgraça chega perto.
Nesse meu rosto sem marcas,
Deixo cortes, passo a faca,
Num desespero discreto.
Sangue que derrama,
Que encharca a alma e minha cama,
É um destino certo,
No suicídio secreto,
De alguém que ninguém ama.
“Clipes, eclipse, apocalipse e ouros fins”
“E como se nunca tivesse ido, ele voltou.
Rindo das próprias idas e vindas, passando por cima
das despedidas, melancolia ressentida, muito Rock´n´roll.
Fez dos próprios braços a foice e do passado sombrio,
Tez de olhos rasos, coice no pecado, consentiu.
Me envolveu com ternura digna do apocalipse,
E se eu não ouvisse a juá benigna frente ao eclipse,
Eclipse da tua ida com a tua vinda,
Veria novamente a dor da despedida,
Mais um dia de porta sem maçaneta no nada da vida,
E poesias de gaveta aprisionadas por clipes.”
***
A seguir, o poema publicado na Folhinha Poética – 2012:
INFÍMITO
Sou rio
Sonhando
Sou rindo
Um pingo
Mais brando
Sol brando
Sentindo
Infindo
Caído
Molhando.
E finco
O pingo
Instinto
Na sombra, no grito
Não peço passagem
Na rente viagem
Desfaço-me em mito
E grito:
Sou rio
Sou margem
Fluente
Infindo.
PARREIRAS, Natália. Inverno Versos. Recife: Comunigraf Editora, 2002. 163 p. Ex. bibl. de Antonio Miranda
“À MORte AMO”
Dá medo
Saber que já não posso sentir medo,
Quer nem os estilhaços mais cortam os meus dedos,
Que o tarde demais agora chega cedo,
A tempo,
De um cento de “adentros”,
E não mais meço
O começo,
Apenas peço
O que não tem preço,
E mereço
O apreço
Mesmo jogado a esmo
Do travesso
Travesso travesseiro que traz o avesso do vespeiro,
vespertino
tão pertinho
sem segredo,
um menino.
Onde havia
Sensor sem sorte
à morte
amo
Amor, te amo!
Pelo medo de não sentir mais medo,
Por falta de engano,
Pela vida e cortes desses dois anos,
Pelo enredo,
Por descobrir
à morte
amo
Tão tarde,
Por descobrir Amor, te amo
Inda cedo.
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