SONETO DE ILUSÃO
Meia noite. Embriagado pelo vinho,
— O quarto esfumaçado de cigarro —
Com náuseas, e vertigem, meu caminho
Eu tomo para a cama, e tão bizarro
Se torna este caminho, engatinho
Ébrio das sombras, vítima de esbarro,
Pelos cantos do quarto... E então-, sozinho,
Caio no chão, e um livro antigo agarro.
Uso-o tal travesseiro velho e duro.
Sonho. E no sonho o sonho me recorda
Daquele livro antigo que seguro.
Devaneio? Delírio que transborda?
A nossa vida sé esse sonho escuro
Que só termina quando a gente acorda!
Guilherme Ottoni