GLORIA HORTA
É jornalista, poeta, fotógrafa e mestra em Antropologia da Arte pela UFRJ. Participou de diversos movimentos de poesia falada, publicou três livros: "Sangria" (poemas), "Sexo Urbano" (romance) e "Borboleta Sumarissima" (poesia). Atualmente trabalha na Assessoria de Imprensa do Centro Cultural Justiça Federal. www.gloriahorta.net
Bula
Certos amores curam.
Outros, mal comparando, são como alergia.
Basta, portanto, não chegar muito perto.
Doença ou remédio, é imprescindível saber distinguir
quem colore a nossa vida de quem a inferniza.
Mais que isso.
Ninguém passa dos quarenta
alheio a tão importante lição de Química e Metodologia
Saber distinguir,
com exata precisão cirúrgica,
se é hora de pular fora ou de pular em cima
é uma sabedoria milenar sem aplicação prática,
mas extremamente rica em poética.
Um manancial de metáforas.
Também podemos ser classificados
e reclassificados
como maremoto ou monotonia.
Entretanto, todos nós gostaríamos de ser,
um para o outro,
bálsamo, inferno e
(Extraído de República dos Poetas; antologia poética. Rio de Janeiro: Museu da República Editora, 2005) |