Francisco Antonio de CARVALHO JÚNIOR
Francisco Antônio de Carvalho Júnior (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1855 - idem 1879).
Conclui o curso de Direito em São Paulo, em 1877.
No mesmo período, trabalha como colaborador no jornal paulistano A República.
Seu único livro de poesia, Parisina, em 1879, após sua morte.
O poeta convive com Afonso Celso Júnior, Artur Azevedo (1855-1908), Ezequiel Freire (1850-1891), Fontoura Xavier (1856-1922), Lúcio de Mendonça, Múcio Teixeira, Teófilo Dias (1854-1889) e Valentim Magalhães.
Foi promotor público em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 1878, e juiz municipal no Rio de Janeiro, em 1879.
Poeta parnasiano, seus poemas exprimem sensualidade de maneira por vezes crua, em versos vigorosos, segundo Machado de Assis (1839-1908).
Biografia: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
OS SONETOS. Antologia. São Paulo: LR Editores, Banco Lar Chase, 1982. 237 p. }
22 x 28 cm. Capa e ilustrações de Percy Deane. Encadernado. Edição Especial Banco
Lar CHASE. Ex. bibl. Antonio Miranda
NÊMESIS
Há nesse olhar translúcido e magnético
A mágica atração de um precipício;
Bem como no teu rir nervoso, cético,
As argentinas vibrações do vício.
No andar, no gesto mórbido, esplinético,
Tens não sei que de nobre e de patrício,
E um som de voz metálico, frenético,
Como o tinir dos ferros de um suplício.
És o arcanjo funesto do pecado,
E de teu lábio morno, avermelhado,
Como um vampiro lúbrico, infernal,
Sugo o veneno amargo da ironia,
O satânico fel da hipocondria,
Numa volúpia estranha e sensual.
Página publicada em setembro de 2020
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