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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

FERNANDO FORTES

 

Carlos Fernando Fortes de Almeida (Rio de Janeiro, 11 de maio de 1936 - Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2016) foi um médico psicanalista, contista, poeta e romancista brasileiro.

Forma-se em 1961 para exercer a profissão de médico psicanalista, filiando-se à Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.

Escreve os primeiros versos aos 15 anos, estreando em 1958 com o livro de poemas Tempos e coisas, pelo qual alcançou o 3º lugar no Festival Brasileiro de Poesia, realizado em Porto Alegre.

Colabora ativamente no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Publica a seguir a novela Epílogo de Epaminondas (1959), Poesia Neoconcreta (1960) e Canto Pluro (1968), com o qual vence o Prêmio Olavo Bilac de poesia do Estado da Guanabara em 1967.

Seguem-se Poesia Viva I (1968), Desamérica, de contos, (1969) e O Evangelho Antes de São Mateus (1969), com enaltecedora introdução de Antônio Houaiss.

Classifica-se entre os finalistas do III Prêmio Walmap (1969), com o romance então inédito A véspera do Medo. Nesta obra, a poesia e a prosa se mesclam para possibilitar vigorosas radiografias de uma realidade psíquica em que se desenvolvem ou se fragmentam situações humanas.

São posteriormente publicados Augusto dos Anjos: Eu tu ele nós vós eles (1978), crítica, Arma Branca (1979), poesia, e O estranho mais próximo (1988), romance. Ganhou o Prêmio Literário Nacional Pen Clube do Brasil de 2013, com a publicação de De olho na morte e antes (2012), poesia.

Viveu no bairro da Urca, no Rio de Janeiro.

 

Obra poética: 1958 - Tempos e coisas, poesia; 1960 - Poesia neoconcreta, poesia; 1968 - Canto pluro, poesia; 1968 - Poesia viva I, poesia; 1978 - Augusto dos Anjos: Eu tu ele nós vós eles, crítica; 1979 - Arma Branca, poesia; 2012 - De olho na morte e antes, poesia.
Fonte: wikipedia

 

 

 

POETAS DOS ANOS 30. Organizador: Joanyr de Oliveira. Brasília, DF: Thesaurus Editora, 2016.  380 p.  ISBN 978-85-409-0409-5  N. 09 234

 

 

IMAGENS DE BANHEIRO

 

Banheira de banhar
baleia côncava
o fosso aberto
que represa água
cio da curva
tão oblonga
corpo a boiar
no fosso imerso
entre borbulhas
Banheiro de lavar
sabão viscoso
relustrando anca
triste pendência
da toalha-trança
Ávida goela de ralo
esgotando redemoinho d´água
e a tampa de borracha
abandonada
no desvão dos azulejos
Escorrem gotas de carne
no ladrilho
límpido
úmido úmido
úmida carne
Higiene de sol
entrando na janela
bordas de ferro
vidro opaco
granulado
mas aberta
ao movimento da alavanca
Higiene de sol
curando sarnas da pele
explosiva claridade
refletida nas paredes
A touca enxuta
o rolo de papel
embutido no buraco quadrilátero
A patente
caramujo de louça
molusco cimentado no chão
caramujo  prestativo na missão
O cacarejo da descarga
revolvendo a água
nunca benta
Penhuares
penhoares no gancho de mármore
penhoares vestindo vultos
na manhã

vestindo o corpo morno do sono
cheirando a bolor de cama
Penhuares
vultos fantasmagóricos
acompanhando bocejos
na lavagem da pia ao despertar
A água fresca no rosto dormido
como pão dormido
os olhos esfregados
pelos dedos tontos
as primeiras remelas removidas
O pente
disciplina o cabelo
crispado nos sonhos
pelas unhas
cortado judiado
ao desespero matinal
desfeito à noite
em mudanças de lado das cabeças
procurando cômodo melhor aos ossos
Ai, penhuares  arrebatados
ao gancho do banheiro onde vertidos
arrebatados na fúria das febres
ou notícias de acidentes
em chamados telefônicos
de alta madrugada
Penhuares desvairados
percorrendo corredores
esquadrinhando os ângulos do quarto
em urgentes atitudes
penhoares
sobre sombras acordadas
na insônia das lâmpadas acesas
pervagando casa
sem desígnio exato
O saco vermelho de água quente
pende do barbante
o saco que depende da febre
para praticar o ofício analgésico
Banheira de banhar
baleia branca
de ágata
baleia quase santa

 

 

 

DECADÊNCIA

 

As valsas são velhas rosas loucas de orvalho
girando no jardim do orgulho
as pétalas vertiginosas
que sangram pelas caudas dos vestidos
em hemorragias de rendas

Saudosas da cadência dos veludos
em demências deliciosas

 

As valsas são vaias do vento
na saída da tempestade

 

Lá fora bailam crianças
no corrimão das varandas
as tranças das samambaias

 

 

 

HARMONIA

 

Os milagres se cumprem
no rito diário
das coisas
Cheias de alegria
as almas se dispõem
ao amor
secretamente gratas
de terem o que amar

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2017

 


 
 
 
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