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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EXPEDITO QUINTAS

 

Espedicto Quintas nasceu em Carmo, Rio de Janeiro, em Io de novembro de 1925. Teve sua formação secundária completada no Internato do Colégio Pedro II, onde foi aluno de Clóvis Monteiro e Quintino do Vale, aos quais atribui o seu despertar para as letras e as artes. Jornalista, ensaista e professor de Química, é graduado pela antiga Universidade do Distrito Federal.

Exerceu o magistério em vários estabelecimentos de ensino. Pertenceu aos quadros profissionais do Diário de Notícias do Rio de Janeiro, foi chefe de Gabinete dos Ministros Virgilio Távora, Hélio de Almeida, Expedito Machado e Albuquerque Lima e dirigiu o Gabinete do Prefeito Plínio Cantanhede. Técnico em orçamentação pública, pertenceu aos quadros de assessores da Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados.

Atuou em jornais e revistas, com destaque para O Mundo e O Mundo Ilustrado, de Geraldo Rocha, O Jornal e Diário da Noite, Correio Braziliense, O Cruzeiro, dos Diários Associados. Editorialista, dirigiu o Diário de Brasília. Suas maiores paixões, a esposa Regina Stella, os filhos e a música, onde Beethoven ocupa espaços privilegiados. Está em Brasília desde abril de 1960.

 

 

 

CALIANDRA: poesia em Brasília.  Brasília: André Quicé Editor, 1995.  224 p.    224 p. ilus.  ISBN 85-85958-02-2   sobrecapa. 
Exemplar bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Haverá uma certa manhã

Que aos meus olhos será negado ver,

Preço irresgatável da viagem

Sem retorno que farei para o desconhecido

Como passageiro do tempo

De destinação anónima

Para desconhecidas moradas no cosmo.

 

E certo que nesta metade do dia
rosas vão se abrir, inebriadas de luz
e papoulas oferecidas,
cederão aos apelos da polinização
dando sequência espontânea
aos fundamentos da vida.

 

Diante de tanta abrangência solene
sobrepaira um leve lampejo de inquietação
vestido de mistérios, sentinela do infinito
onde, em troca da manhã ensolarada perdida
estarei vivendo os primeiros instantes da eternidade.

*

Três andorinhas

perdidas na alegria da tarde

chocaram-se contra a minha vidraça.

 

Ao vê-las mortas, cuidei dos meus desejos

que se assanham à luz

da tua presença,

e tontos de ansiedade

esvoaçam diante de tua vidraça.

 

 

 

 

 

 Vem amor.

Como amantes apaixonados
Vamos caminhar de mãos dadas S
ob este céu incendiado a luz.

 

Vamos descobrir nesta quieta rua

Por onde passamos há muitos anos

Os ecos dos momentos dissolvidos

Em risos e iquietações.

Em ansiocas esperas.

Com os dias e as noites

Montando os cenários

Onde a vida teceu para nós dois

O grande painel de afinidades

Com as tintas da ternura

Ilustrando uma bela história de amor.

 

No calor de nossas mãos enlaçadas
Se esquece um diálogo interminável
De aventuras táteis de nossos dedos
Na grande escalada das descobertas
De nossas íntimas concessões.

 

Vem amor.

Nossos apelos de saudades

Fazem correr no labirinto dos poros

Impulsos da adolescência

Sob a tatuagem dos anos

Desenhadas secretamente

Em nossos corações.

 

Vem amor.

Tenho confissões a lhe segredar
Nesse breve passeio
Em nossa tranquila rua
Nessa tarde incendiada de luz:
Eu te amo.

Perdidamente, eu te amo.

 

 

 

 

 

 

Alguém esta noite

Pecorreu o meu jardim esmagando rosas,

Arrancando lírios,

Numa despreocupada caminhada

Sem rumo para seguir

Sem pressa para chegar.

 

Ao reconhecer os teus passos,

Marcando uma rosa desfolhada,

Lamentei não ter ali

Plantado na véspera

Meu coração feito semente,

Para que os teus pés o tocassem

uma anónima fecundação.

 

*

Não escolheu bem

o melhor caminho para o céu.

 

Escalou a prumada de uma chuva de verão

e morreu enforcado

num laço de nuvens

que os anjos lhe atiraram

na ânsia de ajudá-lo.

 

*

Pelo que existe

e pelo que não existe

fugirei de ti.

 

Longe de ti, pelo que existe

pelo que não existe

viverei de ti.

 

 

 

 

 

 

Deixa-me quieto, cismando
à beira do regato.

 

Cada seixo atirado
à correnteza apressada,
Alivia o meu coração,
Faz leve a minha alma.

 

Apenas um riso teu,
E como se eu tivesse
Atirado todas as sete
Montanhas que cercam o nosso vale.

 

*

 

 

Opus n° 1

 

Na trilha dos teus seios
caminham os lobos famintos
dos meus desejos
numa busca faminta e obstinada.

 

*

 

Opus n° 2

 

No topo dos teus seios

os meus dedos ergueram em triunfo

o rosa colorido

dos bicos entumescidos.

 

E a cada clarinada de arrepios
nas cordilheiras dos teus poros
soavam em turbilhão nas tuas entranhas;
os apelos incontidos da entrega.

 

 

 

*

 

Agora que o teu coração
Encheu-se do meu amor,
Não deixes que se derrame
O que nele não coube ainda.

 

Oferece o teu corpo

Para guardar o que sobrou.

 

Assim constarás a única
Forma de fazer caber
O infinito no finito

 

*

 

Colho até onde posso
As rosas do meu jardim.
A cada uma
Segredo algo, prometo
Um destino feliz

 

À mais rubra exuberante,
Prometi colocar
Em teus cabelos

 

Foi o mais lindo
Destino de uma rosa.

 

*

 

 

Na muda contemplação da lua,

O jardim se aquietou por completo.

Apenas o branco das margaridas

Não tinha como esconder

A escandalosa beleza de sua presença.

 

 

 

 

 

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Página publicada em janeiro de 2021

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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