Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

NELSON NUNES

 

Nelson José Nunes Figueiredo nasceu em Teresina, Piauí, no dia 20 de maio de 1954. Estudou na Faculdade de Direito em Belém do Pará. Viveu também em Salvador, Bahia, onde conclui o curso de Direito na Universidade Federal.

O poeta Nelson José Nunes Figueiredo, piauiense da geração pós-6ª, liberto das trincheiras de poesia metrificada e rimada, com o vulcão de sua alma sentimental e o valor da imaginação ardente do seu espírito de artista, tem no seu livro "Na Boca do Vulcão", versos de bom poeta, versos vibrantes que permanecem, que ficam no subconsciente do leitor, pela singularidade de suas idéias estéticas, dentro da Escola Modernista. Na sua poesia há inquietude e sentimento real da vida, subjetiva, interiorizada. Há no presente livro poemas interessantes como "Fábrica", "Phoemhomérios", "A Cinderela", "O Poema e a Máquina", "Armadilha", "Flash Noturno", "O Exército da Rosa".

In: http://acervoatitofilho1.blogspot.com/

 

      

       AOS QUE SE FORAM

Não sei dos homens que ficaram
E guardam seus segredos
No fundo dos olhos banhados de medo
a ruminar a verde folhagem da esperança
a embalar a coragem que ainda não nasceu.

 
Sei dos homens que se foram
E se perderam
Com seu medo
Desejos e sonhos secretos.

 

        Desconheço todos homens de fé
E todas as formas de felicidade
Que espalham-se em inumeráveis cartazes
a sujar com seu estrume todas as faces da cidade
a subjugar os miseráveis com sua faca de dois gumes.

 

        Não sei dos homens que ficaram
A trama o futuro.
Sei dos homens que se rebelaram
E voaram para desencontrá-lo.

 

                            (De Oper-á-ria, 1978)

 

 

 

         A MISÉRIA ABUNDA

 

       Neste instante em que escrevo
sob o sol
sob a lua
no meio da rua
uma criança envelhece comigo.

       
Oh miséria fudibunda
que não tem seios belos
nem sexo forte ou frágil
que parte em mil os espelhos
que em estilhaços vasam os vasos
que não têm mais sangue
nem água
nem alguma coar.

 

        Oh abundância miserável
que a bunda de tão pouca
nem bola nem rebola
que tem o coração na boca
que faz apodrecer a fruta-pão
que frutifica metais e cristais
que não metabolizam
nem cristalizam mais.

 

        Em minha mente neste instante
sob o sol
sob a lua
no meio da rua
o intestino do tempo
desenrola
quilômetros de vísceras vazias.

 

                            (de Árvore-de-papel, 1981)

 

 

         CLARICE

 

       Clara mente a se alimentar do plasma.
Plástica sensação a vibrar-me o corpo.
Paralelo traçado entre o perfeito e o sublime.
Cada palavra composta no fluxo do instante-já.

 

        Entre mentes sobressai a ponta da estrela
a brilhar em girassóis da terra distante.
Sangue sangue sugo tinto vinho verde musgo
da veia aberta de teu coração de riso russo.

 

        Ferido feliz perto do coração selvagem,
desperto na noite de um sonho acredoce.
E do parto sofrido das entranhas do tempo
parto na direção de tua claridade.

 

                            (de Árvore-de-papel, 1981)

 

 

         FÁBULA

 

       O mar
céu subterrâneo
cheio de mistérios
e estrelas apagadas

 

        No fundo claroescuro das águas
algumas estrelas caídas viram peixe
outras
os peixes comem

 

        Um dia
um pescador comeu um peixe
que havia comido uma dessas estrelas
e toda a sua fome se transformou em luz

 

                (De  Na boca do vulcão, 1987)

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar