Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



JANDIRA ZANCHI

Poeta, ficcionista e educadora.  Curitibana, licenciou-se em Matemática em 1979 pela Universidade Federal do Paraná. Tem cursos de pós-graduação em astronomia e educação e é profissional de magistério, com experiência em ensino superior, médio e preparatório. Entre as muitas faculdades e colégios em que trabalhou, inclui-se a Universidade Agostinho Neto, em Luanda – Angola, no período de 1985 a 1987, como professora cooperante.  É autora de alguns livros de poesia e literatura ainda inéditos.

Outros textos da autora em: http://jandirazanchigueixa.blogspot.com/
http://jandirazanchivapornoite.blogspot.com/
http://jandirazanchibensaio.blogspot.com/
 

 

AMENDOEIRA

 

O poeta é

tão instante

e fronteira

quanto as

estrelas

pisadas

do óleo

de uma

amendoeira.

 

 

LUVAS DE AÇO

 

Desfaço com

luvas de aço

a complexidade

do conhecimento

consciente

 

Arranho com

punhos da água

a valsa

do recôndito

rebanho

inconsciente

 

Vago por marés

de plumas e

cortejo jasmins

jesuítas sisudos no

toque de recolher.

 

 

LÍNGUA CIFRADA

 

Língua cifrada

de Arcanjos

NEGROS

Lençóis de agulhas ao vento

lilases as metáforas da sina

em frente e por sobre

a fralda do Tempo

(Anjo Arcanjo

de mim)

 

na casa do pai

em nome do Santo

Amém

teu verbo é ósculo

de pranto e pompa

arena de sereno

quase estupidez

 

que flor de vida

nas cores do jardim

 

 

GUME DE GUEIXA

 

Sou uma única mulher

quando a trombeta anuncia

um inverno sem tropeços.

 

Os legionários da palavra

espiam sua falta de dados

como me fiz por nenhum motivo

conheço o luxo de ser nua e insofismável

inquestionável é a questão e o próximo dia.

Também invoco nas santas armações

da luta contínua por porto algum

as desculpas estilhaçadas em farpas

dos ausentes cansados em dentes de ogro.

 

Mas me canso descanso de meu fel.

Ardia na boca do estômago a fúria da pretensão

– esqueci-a retaliada no sofá branco e bagunçado –

deve haver algo melhor do que essa faca

gume de gueixa

a ponta de prata que rebola a qualquer ultraje

para dentro através da margem.

 

e porém... como dizia tenho azia

dor de baço e um cansaço...

aí retomei a pena e o pó dos livros

a lide das pernas e a busca do pão

pensei no amor como um condimento vespertino

dos enfeites adiei o aprumo e por três ou quatro

minutos dos restantes sorri e adormeci

ali ao pé do carvalho planto, morena,

serena e de orvalho em pé e sombra

afogada e deslumbrada

– o nome daquele é o mesmo deste?

Estes os problemas e sua função.

 

CLAUDICANTE

Alvéolos de partículas semicerradas

alheias e frias, pingando sua calda

quente e quimérica

Ruiva e Romã

enlevos de ouro e prata

azul lançado para água

e estirado no mar

ainda me fazem sonhar......

Claudicante, a neblina da noite, faiscante

de pudor e amassada de desejo, não extraí

em seus ruídos nenhum símbolo sedimentado

nenhuma curva consciência de onipresenças

antes, enrola-se a meus pés, arfante,

vinil de neve agridoce e quase rude em

seu percurso de longa latitude de extorsão

enviesada e serena nos compartimentos

ora fluídos, outros, efervescentes de gases

e experimentos dessas terras extensas.

De
Jandira Zanchi
BALÃO DE ENSAIO
Curitiba: Protexto, 2007
ISBN  978-85-89026-8

 

8. CIRCUNFLEXOS

valente corrente
ao céu levantada

crua como a lua
divina e insólita
como gorjeio
de uma ave

a luz advinda da cidade
fervilha suas cruzes
amarelas e azuis
de circunflexos anexos
aquarela
passarinho e passante
membrana esquálida
da virtude vazia.

 

15. CHUVAS MORNAS

Perfilados altares
antevistos à sombra
imolada alma ainda
resguarda na travessia
areia e gelo de águas
marinhas azul perene
borbulham baforadas
deslize na
planície ampla

quase já não me guardo e
antes que se finde a tarde
fundarei a sombra, pois a
vida abaixa a chama
na terra rarefeita,
mas, seus desenhos dourados
sobressaem-se valentes
e vagabundos
almíscar de sonhos e patamares
de desejos cumpridos divagados
chuvas mornas esquecidas
na pálida lua da terra sem lacre.


17. OUTONO

estamos erguidos
em moreno quintal

jardim sem vícios
ou virtudes
por cem anos aspiraremos
um ar de maribondos
e metamorfoses

ondulando-nos
entre as crases
parágrafos
como germens
de cevadas
ou frutos de
outono.


29. VÍRGULAS

Coisificada vida
ao redor dos
Objetos
inevitáveis
vínculos
sólida realidade>

Criatura originada
na fumaça
névoa cristalina
das nuvens vertidas
em véus
e ases
ao redor da Lâmina
disco girado
tempo assumido

em teus dias
diafragmas
domados com vigor
evacuado
por entre rugidos
espremidos...

assim nos fizemos
entre dois goles
— suspiros da natureza —
que por aqui
deu-se à reverência
de encrespar-se
e interrogar, em suas vírgulas,
nossas vozes.

 

Página republicada em janeiro de 2010


Voltar para o topo da página Voltar para poesia dos Brasis Paraná

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar