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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MANUEL SABINO BATISTA

 

Nasceu na vila do Teixeira, Paraíba,  a   30 de dezembro de 1869.

Muito jovem ainda, seguiu para o Ceará, onde foi amanuense da Secretaria do Interior e, posteriormente, em 1896, promovido a 2.° oficial da mesma repartição. Também foi um dos fundadores, naquele Estado, da "Padaria Espiritual".

Faleceu a 16 de agosto de 1899.

Publicou: "Flocos", versos, Bibi. da "Padaria Espiritual" — Editora — Ceará, e "Vargas", versos, Bibi. da "Padaria Espiritual" Editora — Ceará — 1896.

 

 

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.    155 p.   16.5 x24 cm    Ex. bibl.  Antonio Miranda

 

 

MOCIDADE E VELHICE I

Corre veloz a infância idolatrada
E breve passa a rósea mocidade...
Além, eu vejo no futuro incerto
Um grande livro eternamente aberto,
Cheio de mágoa e cheio de saudade...

Vejo alongar-se pela negra estrada
Do meu passado que não tem conforto,
Um turbilhão de tenebras furtivas
Que vão levando as crianças fugitivas
E me deixando o coração já morto!

 

II

Mesmo não sei o que será, querida,
De nós, quando a velhice, sem piedade,
For desdobrando as negras asas calmas,
Por sobre as nossas peregrinas almas
Onde crestou-se a flor da mocidade.

Como há de ser então pesada a vida
Neste mundo de dores, desenganos!
Ter os cabelos alvos como a neve
E não ter n'Alma nem um traço leve
Das alvoradas dos primeiros anos!...

 

NO MEU ANIVERSÁRIO

Em vez de alegres versos joviais,
Hoje na lira vibro uns pobres trenos
Canto na idade um longo ano de mais
E na alma algumas ilusões de menos...

Quanto me custa esta fatal lembrança,
A triste ideia de hoje fazer anos,
Me afugentar dos tempos de criança
Para fruir da vida os desenganos!

O tempo foge, e na voraz carreira
Vai pouco a pouco aniquilando os gozos
E os peregrinos dias bonançosos
Da mocidade gárrula e fagueira!

E eu, dia a dia, cheio de saudade,
Vou antevendo triste, amargurado
Sob as ruínas negras do passado
Ir-se atufando toda a mocidade!

A morbidez do gelo da velhice
Vai-me apagando da alma lentamente
A rubra chama abrasadora, ardente,
Da radiosa e alegre meninice...

E em breve do alto píncaro da idade
Contemplarei imerso na distância
(Ah! quanto pesa esta cruel verdade)
Todos os gozos da perdida infância!

 

Como hão de ser intérminos, medonhos,
Os meus sombrios dias de existência,
Vendo desfeitos para sempre os sonhos
E as ilusões da rósea adolescência ...

 

Só em lembrar-me que a voraz garganta
Do tempo há de tragar meus jovens dias,
Eu me contristo como Jeremias,
Ante as ruínas da Cidade Santa!

.......................................................

Em vez de alegres versos joviais
Hoje na lira vibro uns pobres trenos:
— Canto na idade um longo ano de mais
E na alma algumas ilusões de menos!...

 

 

 

      PROBLEMA

No fundo do trágico oceano
que há no coração humano
lançou a ciência uma sonda,
criando a psicologia
que calma, impassível, fria
lhe disseca onda por anda...
 

E o analista desde então

nos estuda o coração,
com o mais insano fervor,

mas  sempre  imerso  no engano,
não sabe se mais humano
é o Ódio — ou se é o Amor!

 

À QUE VAI PARTIR 

Partes e eu fico... A agrura da saudade
E' mais ferina para os que não vão!
— E esta cruel, esta fatal verdade
me balbucia o frágil coração.
 

Ai! desde agora eu sinto a crueldade
da tua ausência!. .. Que desolação!...
— Fôra melhor não termos amizade,
Fôra melhor não termos afeição!. ..
 

Que funda mágoa me acabrunha agora
Que te vais, que te vais embora
Alheia à angústia que me vai ferindo... 

Para fugires, para me deixares
Triste, saudoso e cheio de pesares
Fôra melhor que não tivesses vindo!
 

 

Página publicada em agosto de 2019

 

 


 

 

 
 
 
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