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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

Selo dos Correios, comemorativo do Centenário do Autor.
Não temos certeza de que este selo é mesmo em homenagem ao guarabirense José Rodrgues de Carvalho, como tudo indica. Por favor, se alguém tiver informação sobre o tema, por favor, não deixe de escrever-nos!!!

 

 

JOSÉ RODRIGUES DE CARVALHO

 

 

Nasceu em Alagoinha, município de Guarabira, a 18 de dezembro de 1867.

Logo cedo iniciou-se nas atividades intelectuais na cidade de Mamanguape, fundando grémios e pequenos jornais onde escrevia. Em seguida transferiu-se para Fortaleza, como contador do Banco do Ceará, professor do Liceu e da Escola Normal da capital cearense. Por esse tempo foi eleito deputado estadual e nomeado Consultor Jurídico do Estado. Em 1915 foi nomeado Secretário Geral do Estado.

Foi presidente do Instituto Histórico da Paraíba e do Arqueológico de Pernambuco e Ceará.

Teve grande atuação nas letras como jurista, poeta, humorista e homem de imprensa.

Publicou os seguintes livros:

"Coração"" — 1894; "Prismas" — 1896; "Poema de Maio" — 1903; "Cancioneiro do Norte" — 1903: Deixou em preparo "Teia de Aranha" e "Fim de Rama". É vasta também a sua produção jurídica.

***

O guarabirense Jose Rodrigues de Carvalho nasceu na localidade Tauá (hoje Alagoinha) no dia 18 de dezembro de 1867, em 1877 aos dez anos de idade muda-se  para Mamanguape fugindo da terrível seca de 77 que dizimou parte da população nordestina, nessa cidade completa o estudo primário graças a ajuda do seu tio Manoel Honorato, depois concluiu o curso secundário no Liceu Paraibano.
Na idade adulta já consagrado como grande poeta agradece em versos ao seu torrão natal: “Ao sopé da Borborema/ Onde um eterno poema/ Vai cantando o sabiá/ Erguem-se as rudes cabanas/ Como as tabas indianas/ Da minha aldeia Tauá”
Em 1894 vislumbrando alcançar melhores dias, transfere-se para o estado do Ceará onde aí vai atuar como contador do Banco do Ceará, em Fortaleza capital cearense, destacou-se como professor no Liceu Cearense nas cátedras de Lógica e Geografia, nas terras alencarina fez parte também do movimento literário “Padaria Espiritual”.
No ano de 1904 bacharelou-se em Direito, voltando em seguida a sua terra natal onde já em 1905 compunha o corpo redacional do Jornal “A União” ao lado de expoentes como: Otacílio de Albuquerque, Flávio Maroja, Botto de Menezes, Seráphico de Nóbrega e João Lyra Tavares. No ano de 1910, integrou a comissão de redação da primeira revista do IHGP tornando-se um dos seus membros efetivos, nesse mesmo ano é nomeado por seu cabedal jurídico ao cargo de Procurador Geral de Justiça onde ficou até 1911. O presidente Castro Pinto por conhecer de perto o seu senso de honestidade aliado ao grau de competência , nomeia-o como Secretário Geral do Estado . destacando-se como grande colaborador administrativo.
O inquieto Rodrigues de Carvalho, em 1917 fundou a Associação dos Homens de Letras nela estavam presentes: Alcides Bezerra, Pe. Mathias Freire, Alvaro de Carvalho, Carlos Dias Fernandes, Oscar Soares, Mons. Pedro Anísio, Irineu Pinto, Celso Mariz, Manoel Tavares Cavalcante dentre outros que integravam a escol da intelectualidade paraibana na época . Foi ainda deputado estadual  por duas legislatura atuando politicamente até 1915.

RODRIGUES DE CARVALHO: O PIONEIRO DO NOSSO FOLCLORE

Além do jornalismo e da poesia, o jurista guarabirense Rodrigues de Carvalho ainda encontrou tempo para cultivar outra paixão: a pesquisa folclórica, tema que muito o atraia e a quem dedicou-se com afinco, durante parte de sua vida.

Com a obsessão presente nos grandes pesquisadores esse ilustre paraibano tornou-se um incansável andarilho, percorrido parte da região Nordeste na busca de informações nascida da cultura popular. Paraíba, Rio Grande  do Norte, Pernambuco e Ceará, foram os principais estados que serviram como fontes de pesquisas a esse folclorista. Em suas andanças colheu farta e rica documentação através dos relatos orais, oriundos dos saberes do povo nordestino, que depois transformaria-se em uma grande obra intitulada “Cancioneiro do Norte” referência para quem precisa conhecer com profundidade as atividades da vida folclórica nordestina. A primeira edição dessa obra é datada de 1903, sendo impressa na Tipografia Minerva, sobre o livro o depoimento de Luis da Câmara Cascudo não deixa dúvidas quanto a sua importância: “Constitui-se um clássico da bibliográfica folclórica sendo publicado em uma época de perfeita indiferença pelo assunto”.
A obra deixada por Rodrigues, de Carvalho, enche de orgulho a todos nós paraibanos, nela reúnem-se uma soma apreciável de fatos folclóricos enfeixados em quadrinhas, lendas, rezas cantigas, anedotas, e glosas retratando fielmente as muitas manifestações folclóricas existentes no Nordeste.
Nenhum outro escritor antes de Rodrigues, realizou um estudo sistemático sobre a figura do cantador de viola hoje chamado repentista existe no seu livro importantes relatos sobre: Francisco Romano, Bernardo Nogueira, Inácio da Catingueira, Manoel Caetano e suas surreais pelejas.
Na idade provecta, mudou-se Rodrigues para Pernambuco onde aí ao lado do amigo Gilberto Freire criaram 1934 o “1º Congresso Afro-Brasileiro” e nele o paraibano lançou a volumosa obra “Aspectos da influência Africana na formação Social do Brasil”.
Faleceu Rodrigues de Carvalho no dia 20 de dezembro de 1936 na capital pernambucana nos deixando porem um rico acervo sendo até hoje utilizado por muitos dos que estudam o tema folclore. Na Paraíba dois grandes nomes levaram a frente a ideia plantada por Rodrigues de Carvalho, Tenente Lucena, e Altimar Pimentel ambos já falecidos.

Texto: Humberto Santos

 

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.    155 p.   16.5 x24 cm    Ex .bibl.  Antonio Miranda

 

 

VIUVA

 

Há na ametista roxa das olheiras
Dessa bela e franzina criatura
Um ocaso de mística doçura,
O cestígio aromai das laranjeiras...

 

Ri, êsse riso angelical das freiras

Na alvorada mortiça da clausura;

E, quando fita a célica planura,

Segue, chorando as nuvéns forasteiras...

 

Bela, no entanto, pálida vestida
De um tecido crivado de martírios
Sôbre um fundo de aurora anoitecida...

 

Enchendo os olhos do palor dos círios,
Vai, bela e triste sepultada em vida,
Trajando a roxa viuvez dos lírios.

 

 

 

RUÍNAS

 

Era minha alma um templo iluminado,
Onde um sonho cantava noite e dia,
A via-látea aos campos respondia
Como ao poder de um mágico teclado.

 

Das ilusões fugiu-me o bando alado
Levando o cisne azul da fantasia:
A via-látea é uma grinalda fria,
Ficou minh'alma um túmulo fechado.

 

O templo fui abrii*, junto ao sacrário,
Réstea de sol que ainda me confortas,
 Vi-te aclarando a cruz do meu calvário.

 

Que luz! mais luz! abri tôdas as portas:
Cinzas de um sonho ao pé do alampadário
Mais cinza... e pó... e mariposas mortas.

 

 

 

 

F Ô L H A S

 

                   a Américo Falcão

 

Folhas que voam do pau-darco em flores
Bailando no ar, em louca revoada,
Lembram do Heine essa "canção alada"
De quem venceu o amor, morto de amores.

 

Folhas do coqueiral que, em vãos rumores
Acena ao mar e às velas da jangada,

Sois da morte a bandeira desfraldada
Na grandeza feliz das nossa dores

 

Folhas que em junho, luarento e frio
O vento arranca, modulado em ais,
E as faz gaivotas no cristal do rio;

 

Sois como eu, sinto, as ilusões finais,
Ao por do sol de um coração vazio,
O adeus sem fim do que não volta mais!

 

 

 

 

PRAIA DE NAZARÉ

 

Verde mar! verde mar! que mistérios descreves?
Que artista sonhador no teu seio trabalha?
Aqui a onda cose uma extensa mortalha,
Ao longe um fino véu das neblinas mais leves.

 

Deve ser tua mestra a Via-Látea, deves
Colher o linho em pó que o Sete-estre
lo espalha,
Quando bordas na areia essa alvíssima toalha,
Irmã de uma que tem a Senhora das Neves.

 

Praia de Nazaré de cajueirais floridos,
Triste monja a rezar à lua desmaiada,
Ouvindo o velho mar nos seus fundos gemidos...

 

Tens sempre, ao fim do dia, uma excelsa alvorada,
Quando o sol tinge de ouro os espaços doridos,
E o céu vem se mirar sobre a areia molhada...

 

 

 

SEIOS

 

Quando a seiva da carne perfumosa
Protubera-se em conchas ofegantes,
Os seios da mulher são como errantes
Aves do céu com bicos co
r de rosa.

 

Pomos com fibra de cetim, inconhos,

São quando a virgem na cerúlea estância,

Rompe o casulo lirial da infância

Para ser Clóris de um pomar de sonhos.

 

Mas, quando, ó nume da paixão, os mundos
Aos olhos frágeis dos mortais desvendas,
Cheios de sedução fecundos;

 

Êles, qual fruto tentador das lendas,
São dois abismos santamente fundos,
Dois assassinos no grilhão das rendas.

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2019

 

 

 


 

 

 
 
 
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