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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

AUGUSTO DA CRUZ CORDEIRO JUNIOR

 

Nasceu em João Pesssoa, Paraíba, capital do Estado a 15 de fevereiro de 1859. Formou-se em medicina na Bahia em 1883, de cuja turma foi o orador.

Escritor e jornalista, traduziu do francês vários trabalhos e escreveu versos. Doutorando, escreveu "Bosqueijo Literário", onde analisa a obra poética de Castro Alves, Cassimiro de Abreu e outros. Morreu na revolta da Armada em 1893, varado por uma bala. O seu livro "Bosqueijo Literário foi lançado pela Tipografia do "Diário da Bahia", em 1881.

 

 

 

 

PINTO, LuizColetânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.  155 p.   17 x 24 cm.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

CASTRO ALVES

 

I

 

Por que, pátria querida, assim palpitas ?!...
Por que tanta emoção ?!... Por que te agitas

         Com asas de condor?!...
De onde vêm êstes hinos e cantares
Que a terra da montanha sôbre os mares

         Spalha com tanto amor?!

 

Por que, povo baiano, neste dia
Tristeza, amor, saudades e alegria

         Se confundem assim ?!...
Por que tanto civismo e tanto orgulho,
Como sói inspirar o dois de julho

         Qu'a pátria lembra enfim?!...

 

De onde vêm êstes cantos peregrinos,
Tão cheios de harmonia e sons divinos,
E de aromas e luz?!...
Que mistério sublime!... O povo anseia,
E a mocidade sua voz alteia;
Sua fronte transluz!...

 

Castro Alves, perdoa: — êste delírio
Quer dizer que o teu génio lá do Empírio

         Adeja sobre nós!...
Perdoa, alma gentil, se aos pés do trono
Da celeste mansão, vimos teu sono

         Quebrar com rude voz.

 

 

II

 

Há dois lustros que o poeta
Desta nova geração,
Da vida tocando a meta,
Subiu à etérea mansão.
Castro Alves inda cedo,
Como Alv'res de Azevedo
E Junqueira, se escondeu
Nas brumas da eternidade,
E quase todos na idade
De Casimiro de Abreu.

 

         Dessa plêiade brilhante
Se percebo a rôla a gemer no mato
Junto ao regato que desliza brando,
E o pintassilgo com o rouxinol
Ao deitar do Sol ledos gorgeando;

 

Se a mansa brisa odorosa, fresca,
Ao de leve encrespa o cristal da linfa;
E ao longe ouço no soprar do vento
Dulçoroso acento do cantar de Ninfa;

 

Se o colibri no adejar ligeiro,
Lindo, fagueiro, liba o mel da flor,
E no ar diáfano forma espirais,
Descobrindo mais sua graça e côr;

 

Se a nuvem rósea gotejando pérolas
As flores cérulas abre nos jardins,
E os raios d'ouro em ramal lucente
De sol no poente douram os jasmins;

 

Se as borboletas céleres, ligeiras,
Lá nas cachoeiras libram-se no ar,

E em caixões férvidos a cascata corre,
Se espreguiça, morre, ao chegar no mar;

 

Se a onda em fúria sempre marulhosa
Brame raivosa movitando espuma,
E a nuvem opaca, se tornando tétrica,
Rugindo, elétrica, dilui a bruma;

 

Absorto fico, permaneço mudo,
Contemplando tudo, terra mar e Céus!. ..
Pensativo, eu pasmo ante o Infinito
Brado em alto grito: são obras de Deus!

 

 

 

SONETO

 

Pequei! Ó grande Deus, três vêzes Santo,
Que imperas no Universo, e sobre o Céu,
Prostrado a Deus juiz, humilde réu,
Vos imploro perdão, banhado em pranto.

 

O mundo sedutor com seu encanto

Lançou sobre minh'alma opaco véu,

A nódoa do pecado a negreceu,

Perdão, Senhor, Perdão, que horror, que espanto,

 

Mas, Senhor, não descestes do Empírio
Da Redenção trazendo a Santa palma
Que selastes com o sangue do martírio?

 

Concedei ao meu ser a doce calma

Nesta hora tremenda do delírio,

E Salva, ó Senhor, Salva a mina'alma.

 

Seu vulto se destacou:
Na sua carreira ovante
Foi satélite de Hugô!
E no seu vôo altaneiro
Foi o condor brasileiro
Que mais alto se elevou;
Subiu, subiu e seu grito
Foi ouvido no infinito,
Onde um génio o consagrou!

 

Que poetas maviosos
Perdeu a pátria gentil!
Mas seus cantos gloriosos
Jamais esquece o Brasil,
Castro Alves, gênio altivo,
Cantando o pobre cativo,
Fez propaganda da fé;
Por isso o aclama o povo.

 

 

Página publicada em julho de 2019

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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