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IVERSON CARNEIRO
Nasceu e cresceu na pequena Bragança, no interior do Pará. Participante ativo da poesia marginal da Paraíba, fundo juntamente com Pedro Osmar, Chico César e outros, o MEI (Movimento de Escritores Independentes), em fins dos anos 70.
Livros: Sonetos em fé maior (1990), Observâncias do Rio )1998). Moleque velho (2005) e o Vadio de casaca (2012)
Vive atualmente em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.
CANÇÃO DA NUVEM QUE PASSA-2008
A nuvem que passa,
não existe
entre o cérebro
e a certeza.
É dor por nada,
solidão superlativa,
entre a sarjeta
e o castelo de cartas.
É porrada certa,
arroxeando a alma,
entre o nexo
e o incomunicável.
Não são infinitos
os gritos da dor,
mas intercalam-se
até o infinito.
E entre essa finitude
e a porta, que não se abre,
resta uma fresta
chamada vida inteira.
(Poema extraído do http://blogdomolequevelho.blogspot.com/)
OLIANI, Luiz Otávio. entre-textos 2. Porto Alegre, RS: Vidráguas, 2015. 104 p. 14x21 cm. ISBN 978-85-62077-19-7 “ Luiz Otávio Oliani “ Ex. bibl. Antonio Miranda
CAFÉ COM PÃO
Iverson Carneiro
A cidade dorme,
à noite dorme.
Prédios,
luzes apagadas,
dormem.
A cama de hospital,
a pneumonia,
o barulho do trem.
De tudo isso,
saudade mesmo,
só do barulho do trem.
(O vadio de casaca, RJ,
Edições Observando, 2012)
RE-NASCIMENTO
Luiz Otávio Oliani
a noite não dorme
de olhos abertos
assiste à vitória da vida
ali
entre tubos de ensaio
oxigênio medicamentos
a morte perderá espaço
novamente
alguém ouvirá o apito do trem
Página publicada em outubro de 2020
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