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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

BRUNO DE MENEZES

(1893-1963)

 

 

Bento Bruno de Menezes Costa ou simplesmente Bruno de Menezes, (Belém, 21 de março de 1893 — Manaus, 2 de julho de 1963), foi um escritor brasileiro.

Ele nasceu no bairro do Jurunas, em Belém do Pará. Filho de Dionísio Cavalcante de Menezes e Balbina Maria da Conceição Menezes.

Foi patrono da cadeira nº 2 do Instituto Cultural do Cariri, com posse em 1967.

Cursou apenas o primário no grupo escolar José Veríssimo. Ainda menino se tornou aprendiz de encadernador, nessa profissão manteve um contato maior com livros, o que colaborou em muito para que seu gosto pela literatura e o desejo pelo saber aumentassem.

Foi funcionário público estadual, servindo, no Tesouro do Estado, na Secretaria de Agricultura, Diretor do Departamento Estadual de Cooperativismo. Fundou em 1923, a revista Belém Nova. Em 30 de maio de 1944 se tornou membro da Academia Paraense de Letras, ocupando a cadeira de Natividade Lima, da qual chegou à presidência.

Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará e à Comissão Paraense de Folclore. Casou-se com a professora Francisca Santos de Menezes, com a qual teve sete filhos.

Poeta e folclorista, foi uma espécie de anunciador do modernismo em Belém. Sua poesia canta a raça negra, a cidade que o tempo levou, as tradições e o amor.

A necessidade de inserir a literatura local paraense no contexto modernista nacional levou Bruno de Menezes a promover vários debates sobre a renovação literária no Pará. Sua inquietação contagiou alguns intelectuais nativos que produziram obras que dialogaram com a corrente modernista brasileira. Nessa esteira, os modernistas paulistas vieram apenas trocar experiências literárias na Amazônia. Interesses pessoais. Em 1923 funda a revista "Belém Nova", que abrigará trabalhos tanto dos modernistas como de antigos companheiros. Seu ideal no Pará o levou, na juventude, a formar com outros companheiros o grupo "Vândalos do Apocalipse" e, mais tarde, o grupo "Peixe Frito", deste último fazendo parte Dalcídio Jurandir e Jacques Flores, entre outros de sua geração. Bruno de Menezes. era membro; ao mesmo tempo, da formal Academia Paraense de Letras e da informalíssima Academia do Peixe Frito, uma mesa em torno da qual os amigos conversavam sobre a vida e comiam peixe frito.

Faleceu aos setenta anos de idade, de infarto no miocárdio. Seu corpo foi velado na sede da Academia Amazonense de Letras, chegando em Belém no dia 3 de julho, no dia 4 de julho foi sepultado no cemitério de Santa Izabel.

Livros de poesia:  Crucifixo - 1920; Bailando no Lunar - 1924; Poesia - 1931; Batuque - 1931; Batuque, em braile - 2006; Lua Sonâmbula - 1953; Poema para Fortaleza - 1957; Onze Sonetos - 1960.

Fonte: widipedia.

 

MENEZES, Bruno. Onze sonetos.  Edição comemorativa 50 anos.  2ª. edição.  Belém, PA: Gráfica Santo Antônio, 2010.  80 p.  15x21 cm.  Prefácio de Lilia Silvestre Chaves.  Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos.

 

SONETO No. 3

Sempre que as nossas mão entrelaçadas
se unem, e o teu olhar no meu repousa,
um ar de espanto, bocas assustadas,
nenhum de nós qualquer palavras ousa...

Anjo noturno de funérea lousa
inibe a tua voz apaixonada;
e ao te querer dizer alguma cousa,
não encontro uma frase desejada.

É que ambos ocultamos na lembrança
um grande amor, que foi desesperança,
sem florescer nos meus, nos teus carinhos...

E então, se um dia, já nos separamos,
nós nos sentimos, se um olhar trocamos,
"Quanto mais juntos, tanto mais sozinhos.

 

         SONETO No. 5

Para falar-te assim, nesta linguagem,
obsedado por este pensamento,
do desejo na ardente vassalagem,
fiz de tio o meu íntimo tormento

Ânsia do mar trazida pelo vento,
beijei teu corpo de aroma linhagem,
como se, pelo amor, nesse momento,
fôssemos presa de fatal voragem...

Na possessão de todos os sentidos,
tinhas ternos murmúrios, languescidos,
que no arroubo da carne eu bendezia...

Mas, no delírio da paixão incalma,
tornei-me cego, para achar tua alma,
"O que de olhos aberto eu não via."

 

         SONETO No. 8

Condenado a ser lâmpada mortiça,
nunca sonhaste que me consolava,
se teu hábito branco de noviça,
no ermo da estrada, à luz do luar, passava.

Pó da terra, em desterro me isolava,
sem descer minha ponte levadiça,
para dizer-te o que quanto de adorava,
vencido embora na mundana liça...

Quente sopro de aragem do deserto,
quis que escutasses, dos ouvidos perto,
tudo quanto em silêncio eu proferisse.

E fiquei neste êxtase, esperando
que respondesses: — "Tu estás sonhando!" ...
" Mas nem sequer ouviste o que eu não disse."

 

Página publicada em abril de 2017

 

 

 



 
 
 
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