HILDA CURCIO
Hilda Curcio, autora de contos e poesias, nasceu em Leopoldina (Minas Gerais), em 30/11/1955, residente e domiciliada em Brasília; funcionária pública, taquígrafa e revisora aposentada.
Ver o poema extraído de
POESIA... [edição mimeografada]
Uma série de edições do folheto “POESIA” impresso em mimeógrafo. Encontramos doze exemplares em um velho arquivo na biblioteca particular de Antonio Miranda... Foram editados em 1976 e 1977, com 4 a 6 páginas cada um... Nenhuma informação sobre a procedência, nem dos editores... Só encontramos esta
“A sensibilidade poética foi o fio condutor que reuniu, inicialmente, Gilvan P. Ribeiro e o saudoso José Henrique da Cruz (1957 – 2003) na articulação do folheto Poesia, em 1976, já na Universidade Federal de Juiz de Fora, após os sete primeiros exemplares terem sido editados com o apoio do Colégio Magister, em 1975.”
Fonte: https://jornalggn.com.br/
LÁGRIMAS
Uma gota de água
branquíssima
corria sob a torneira do banheiro de nossa casa.
Era tão branca...
Tão... como...
—Como o quê?
—Era tão branca quanto a lágrima
que nunca chorei por você.
HILDA CÚRCIO
S U I C I D I O
Tenho fome.
Tenho sede.
O jantar ainda
não está pronto.
Quero comer.
Vou ver o jornal de hoje
de notícias de catástrofe
de desastre de...
Vou ver o jornal
pra matar a fome
mas os que leio é só
morte morte morte
de fome.
Alguém morre de fome
de vez em quando
quando
tem fome.
Alguém mais tem fome, pois,
meteu dois tiros de revólver pela bocas.
Tenho fome.
De revolver.
HILDA CÚRCIO
CONSCIÊNCIA
Vim aqui
fora,
para que conseguisse
me livrar
de um peso...
A minha consciência me martela.
Vim aqui
fora,
para que conseguisse
me livrar
de sua imagem...
Não quero mais...
Não quero.
Estou com
cinquenta quilos
e mais
de consciência.
É muita consciência.
Prefiro ouvir
o que dizem
e não
o que queiram dizer.
HILDA CÚRCIO
Página publicada em novembro de 2019
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