Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA

 

Foto: https://www.youtube.com/

 

CINTHIA CASADEI

 

Nascida em Paranatinga, Mato Gosso.


Graduanda em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) com previsão de formatura em 2020.Colégio Estadual José Alves de Assis (2013).

Informações coletadas do Lattes em 31/01/2020

 

        JOANA D´ARC DO SERTÃO

        I

Estou tão cansada, saí do sertão,

mas essa vida hostil me tornou agreste.

Sem sonhos, nem pátria, nada que preste.

A felicidade está longe demais ou nunca existiu.

Quando a noite chega, o medo é quem me alcança,

lembro dos abraços de mãinha, dos amigos de criança.

Aguento calada os insultos de homens de bem,

 

que a noite tiram a máscara e agem como convém.

" - Vagabunda, tá na vida porque quer!

Tem que apanhar muito pra aprender a ser mulher."

 

 

II

 

Certa vez um homem de pouca idade,

bem vestido e perfumado, apareceu na Goiás, gentil e calme

Voltou na outra semana e outras tantas mais.

Me-senti gente, viva, mulher,

mesmo no asfalto crescem flores afinal.

Mas sabem como é,

a frieza da noite, a fome do dia,

caótica vida nesta capital.

Ninguém entende, mas ele terá outros amores,

mulher, filhos e um lar.

E eu? Sou apenas uma estatística grosseira,

uma retirante sem eira, nem beira,

mal tenho onde morar.

As senhoras de respeito na porta de igreja

me olham com ares de bom samaritano,

mas é só pra cumprir o papel,

ter lugar de direito no céu.

 

 

III

 

Já era alta madrugada, quando uma ocorrência policial.

Uma de minhas amigas se foi.

Me pus a pensar sobre a vida.

Sou uma carcaça sem nada, perambulando por aí,

que o cigarro faz tossir, o pó definhar,

e a essência da morte rodeia, está presente no ar.

Quero embriagar-me até esquecer de quem (o que) sou,

e a chuva que eu tanto esperava no sertão, cai agora,

encerrando minha vida sem pudor ou amor.

Mas nem essa água mórbida que me cai sob a cabeça,

Nem a hipotermia que me gela os pés,

Nada disso me matou, não sinhô.

Eu morri de indiferença, eu morri sem salvador.

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2020

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar