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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.sinait.org.br/

 

 

RUBERVAM DU NASCIMENTO

 

 

Rubervam Du Nascimento é um poeta brasileiro, colaborador da imprensa alternativa desde os anos 70.

 

Rubervam Maciel do Nascimento (Ilha Upaon-Açu, São Luís - MA, 31-07-1954) é formado em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e atua como fiscal do Ministério do Trabalho, em Teresina (PI), onde reside desde 1972. Foi presidente do Centro Colegial dos Estudantes Piauienses (CCEP) e da União Brasileira dos Escritores, UBE/PI 1.

 

Participou de atividades culturais nos anos 70 e posteriores, tendo suas obras incluídas em várias antologias, como: "Aviso Prévio" (1977); "Ô de Casa" (1977) e "Piauí: Terra, História e Literatura" (1980); "Postais da Cidade Verde" (1988); "Poesia Teresinense Hoje" (1988) e "Andarilhos da Palavra" (1990), além de constar sua participação no livro "A Poesia Piauiense No Século XX" (1995), do crítico literário e antologista Assis Brasil. Também integrou a coletânea "Baião De Todos" (1996), organizada por Cineas Santos 2.

 

Recebeu diversas premiações em concursos literários realizados no Piauí e em nível de Brasil. Em 1997, obteve o 1° lugar em concurso nacional de poesia da Editora Blocos (RJ), com o livro "Marco Lusbel Desce Ao Inferno" 3.

 

Obras: - A Profissão Dos Peixes; - Marco Lusbel Desce Ao Inferno;

- Os Cavalos De Dom Ruffato; - Espólio.
Fonte da biografia: wikipedia.

 

 

DIMENSÃO. Revista Internacional de Poesia.  Ano XV. No. 24. Editor Guido Bilharino,   Uberaba, MG: 1995.   150 p.
Ex. na  biblioteca de Antonio Miranda
 

 

POESIA SEMPRE  - Número 33Ano 17 / 2010.  Hungria e Índice Geral. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2010.  320 p; 17,5 x 25,5  cm. Editor: Marco Lucchesi.   ISSN 9770104062006  Ex. bibl.  Antonio Miranda.

 

Três vozes salvas do dilúvio de palavras
da minha casa
 

 

1

 

alguém escreveu um dia sobre mansões que aprisionam tempestades de gaviões negros

antes perfilados no terreiro à espera das vísceras das
palavras adiante disse poesia puramente verbal, literária
não tem muito que dizer

 

alguém mais escreveu que garção de costeleta

serve caldo de cimento a quem se esconde atrás das paredes

foi mais drástico concluiu que mortos

se desculpam nos escritórios da cinelândia

por não saberem ressuscitar

 

alguém mais escreveu sobre um banquete onde foi servido finas fatias de medo cobradas como sobremesa pelos olhos da cara juros correção monetária

incluído nas despesas fedor azedo do suor dos convivas

 

escreveu que os anjos dão o cu nos mictórios enquanto esperam naves de papel afogadas nas águas do último dilúvio de palavras que invadiu minha casa

 

sobras de leituras nos cacos de espelho dos livros

refletidos nos lugares fartos de fatos malditos

em tempo de portfólio em couro de vidro de animal sem feitio

 

 

2

 

ah estas palavras vão apodrecer
inteiras, frase-resumo sem beleza, fedendo no deserto.

 

poeta escreveu isto depois comeu resto de fruto de lótus
poeta escreveu isto apagou siglas da memória
poeta escreveu isto rasgou selo da carta de tarô
poeta escreveu isto não quis saber de novo enigma
poeta escreveu isto engoliu pedra encantada do reino
poeta escreveu isto entregou alma ao fantasma
poeta escreveu isto pôs alho de plástico no pescoço
poeta escreveu isto foi comido pelos dentes do espelho

 

poeta escreveu isto às voltas com uns e outros poetas
salvos do dilúvio de palavras que invadiu sua casa

 

 

3

 

 

diante de um professor de lógica alguns dos três suspeitos de haver roubado coroa de ouro da rainha da inglaterra diante de um professor de lógica

alguns dos três camisa azul alguns dos três camisa branca alguns dos três camisa preta

algum dos três culpado pelo roubo da coroa da rainha da inglaterra

diz professor de lógica culpado às vezes fala verdade às vezes inventa o que

diz também que algum dos três entre os dois um é

 

perguntado alguns dos três camisa azul respondeu eu roubei coroa de ouro da rainha da inglaterra alguns dos três camisa branca ou de camisa preta concordou que algum dos três sem camisa e não um dos três camisa azul roubou coroa de ouro da rainha da inglaterra que nunca existiu

 

velho professor de lógica disfarçou riso de professor de lógica e concluiu que

 

 

 

 

Página publicada em julho de 2019


 

 

 
 
 
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