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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ROBSON CORREIA DE ALMEIDA

 

nasceu em Santa Quitéria, no Maranhão, a 3 de outubro de 1957. Iniciou os estudos primários com sua mãe, D. Ines Borges Correia, comple­tando o 19 grau em Parnaíba-PI, onde chegou aos seis anos de idade. Começou aos dez anos suas atividades li­terárias, escrevendo discursos para festas estudantis. Adotou, a partir de 1970, o nome literário de Robson Co­ral. Faz o curso de Engenharia Elétrica, na Universida­de Federal do Maranhão, /em 1981, ano de publicação do livro de onde extraímos a biografia e o poema.../sendo ainda estudioso de diver­sos ramos das ciências.

Com "0 homem louco" participou do II Festival Universi­tário de Poesia Falada.

 

NOVOS POETAS DO MARANHÃO.  São Luís: Edições UFMA, 1981.  79 p    ilus   15 x 22 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

O HOMEM LOUCO

 

De onde vem? Para onde vai?

-Não sei, não me interessa.

-Veio do pó, do barro, da bactéria.

0 que faz? 0 que é?

-Não sei, não me interessa.

-Tem pés, braços, cabeça;

E coração, veias por onde flui

0 sangue da miséria.

Miséria da Humanidade

Que busca a destruição:

Na máquina que substitui,

0 homem que lava o chão;

Máquina que lava, passa, encera,

Faz café, almoço e janta;

Que nada, voa e anda;

Que ri; que chora; que canta.

Máquina que transforma a matéria,

A prima em poluição!

-Ele? Veio do nada.

E o nada busca na amplidão.

Ele representa coisa nenhuma,

Num Universo de decepção.

Pensa que sabe tudo...

Oh! Humanidade enganada.

Se tu sabes de coisa alguma, diz-me:

Por que estás decepcionada?

Tu temes o avanço tecnológico,

A falta do ferro, do ar e do petróleo.

-Tu temes a Deus, Ogum e Iemanjá.

Se falta energia elétrica, começas a chorar.

Se corres para o nada,

Esbarras no Muro da Vergonha.

Queres acompanhar o progresso, mas...

Há a Cortina de Ferro, a Bomba Atômica,

A Guerra Fria, o Fuzilamento.

Mas, o que fazer pelo barco que afunda,

Ou pela espaçonave com escapamento?

Ele?! Correu dois mil anos no nada.

Destrói-o a máquina que criou,

A Guerra Ecológica e a bomba

Que ele mesmo lançou.

Busca algo que jamais encontrará.

Vai para um lugar, onde nunca chegará.

Olha á sua volta, vê tanta coisa

E não enxerga nada,

Porque a Terra já não existe, explodiu
Qual uma Hidrogenada.
E o Homem, onde ficou?
-Não sei. Nunca existiu!

 

 

Página publicada em setembro de 2019

 


 

 

 
 
 
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