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OLIVEIRA ROMA

         (1894-1944)

 

João da Mata de Oliveira Roma , poeta, teatrólogo, jornalista, jurista, professor universitário, nasceu em  Chapadinha, Maranhão, Brasil. Adepto do Simbolismo.

 

 

TÂNTALO

 

Conta uma lenda antiga, cuja fama

Pelos tempos modernos inda voa,

Que lá no inferno, condenado à toa,

De fome e sede Tântalo rebrama.

 

Junto, corre uma fonte clara e boa.

Perto, um galho de frutas se recama.

Mas, se ele quer comer, se afasta a rama,

E, se tenta beber, a água se escoa.

 

Tem minha vida e a lenda o mesmo traço,

Flagela-me também um vão desejo,

Fome e sede incontidas também passo.

 

Punido como Tântalo me vejo:

Tão perto desse corpo, e não te abraço!

Tão junto dessa boca, e não te beijo!”

 

 

CIÊNCIA HUMANA

 

Sentindo quanto ardor um visionário sente,

a verdade ideal mas fugidia,

Segue o Homem, a lutar, por essa estranha via

Que liga o berço ansioso ao túmulo silente.

 

Perscruta, indaga, inquire e, dolorosamente,

Vacila a cada passo, e vaga em fantasia,

Pois a meta final é como a orla sombria

Do horizonte, que foge, inconstante, da gente.

 

Um momento parece alcançar o que quer;

Logo, porém, resvala, impróvido e impotente,

Num engano grosseiro e insólito qualquer.

 

E nessas mutações os dias se consomem...

Na dúvida consiste, inevitavelmente,

resumo total de toda a ciência do Homem!

 

 

AVANTE!

         Ao operário brasileiro

 

Operário, tem fé! Na oficina modesta

Em que vivo isolado e esquecido, moirejo,

Paciente mas tenaz, preso do alto desejo

De, como tu, ser bom e ter sempre a alma em festa

 

Operário também, cheio de crença, nesta

Ânsia de progredir, humílimo, antevejo

A paz universal - o luminoso beijo

Em que o Infinito Amor, puro, se manifesta.

 

Não te causem vexame esses calos, que são

Em tuas mãos de herói, os emblemas fecundos

Do Labor, da Honradez e da Resignação.

 

Bendize o teu destino intenso, extraordinário.

Bendize-o porque Deus, arquitetando mundos,

Foi Ele - o próprio Deus - o primeiro operário.  

 

 

EM U´A FESTA MATUTA

 

Nhá Quitéra! Nhá Quitéra!

Cuma tá bom hoje aqui!

Parece inté sambação

Lá da roça onde nasci!

Num pensei qui esta fonção

Tivesse o forte condão

De me fazê recordá

Aquelas noites de lá,

Condo a gente inté se esquece

Da própria vida, pensando

Qui o samba também é prece

Qui p' r' o céu vai se elevando...

 

Nhá Quitéra! Venha cá

Uvi minha alma gemê

No meio das alegria,

Bendo sonho e prazê!

Venha iscutá do meu peito

A ladainha da dôo

 

          (Poemas Selvagens. 2ª série, 1939)

 

RAMOS, Clovis, org.  Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses)  Estudo  e antologia.   Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                Canto, sempre, noite e dia,
Sem, sequer, desconfiar
Ser a Dor minha alegria
Que a Dor me ensina a cantar.

 

                Eu canto junto de ti,
Ausente de ti eu canto
— Às vezes, a alma sorri.
— Às vezes o riso é o pranto.

 

                Eu canto muito contente
Por ter ganho um beijo teu.
E a alma chora porque sente
Saudade dos que perdeu.

 

                Quem quer beber desta fonte ?
Quem quer mirar-se nessa água
?
—É noite sem horizonte
Como um suspiro na água.

 

Página preparada por ZENILTON DE JESÚS GAYOSO MIRANDA,

publicada em junho de 2008. Ampliada e republicada em outubro de 2019




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