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POESIA ROMÂNTICA - ROMANTISMO


JOAQUIM SERRA

 

 

Joaquim Maria Serra Sobrinho ( MA 1838 — RJ 1888) jornalista, professor, político e teatrólogo.  Pseudônimos: Amigo Ausente, Ignotus, Max Sedlitz, Pietro de Castellamare, Tragaldabas.  Foi um intelectual muito ativo na segunda metade do século XIX.  Abolicionista, trabalhou lado a lado com Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiuva e José do Patrocínio para o fim da escravidão.

 

 

À MINHA AMADA

 

          Oh , tão formosa, custa crê-la humana!
                                                 MACEDO

 

Alva, mais alva do que o branco cisne
Que lá na sondas se mergulha e lava;
Alva como um vestido de noivado,
          Mais alva, inda mais alva...

 

Loira, mais loira do que a nuvem linda
que o sol à tarde no poente doira;
Loira como uma virgem ossianesca,
          Mais loura, inda mais loira...

 

Bela, mais bela que o raiar da aurora
Após noite hibernal, negra procela;
Bela como uma cisma de poeta,
          Mais bela, inda mais bela...

 

Doce, mais doce que o gemer da brisa;
Como se deste mundo ela não fosse;
Doce como os cantares dos arcanjos,
          Mais doce, inda mais doce...

 

Casta, mais casta que a mimosa folha,
Quase se constringe, que da mão se afasta/
Casa como a Madona imaculada,
          Mais casa, inda mais casta.

    

        (Poesias, Tip. de B. de  Mattos, Sã Luís do Maranhão, 1863).

 

 

 

O PRESÉPIO

 

Na palhoça iluminada,

Que fica junto da ermida,

Des que a missa foi cantada

Se congrega a multidão;

Toldo de mirta florida,

Flores de mágico aroma

Ornam o presépio, que toma

Na sala grande extensão.

 

Quão lindo está!  Não lhe falta

Nem o astro milagroso

Que de repente brilhou;

Nem o galo, que o repouso

Deixara por noite alta

E que inspirado cantou!

 

Tudo o que a lenda memora

E consagra a tradição,

Vê-se ali, grosseiro embora,

Despido de perfeição.

 

Céu de estrelinhas douradas,

Estrelas de papelão;

Brancas nuvens fabricadas

Da plumagem do algodão!

Anjos soltos pelos ares,

Peixes saindo dos mares,
Feras chegando do além.

Marcha tudo, e vêm na frente

Os Reis Magos do Oriente

Em demanda de Belém.

 

É esta a lapa; o Menino

Nas palhas está deitado,

Com um sorriso de alegria

Todo doçura e amor!

 

Contempla o quadro divino

São José ajoelhado,

E a Santíssima Maria

De Jericó meiga flor!

 

Trajando risonhas cores

Com muitos laços de fitas,

Rapazes, moças bonitas

Formam grupos de pastores.

 

Que curiosos bailados,

Com maracás e pandeiros!

E o ruído dos cajados

Desses risonhos romeiros!

 

Essa quadrilha dançante,

Cantando versos festivos,

Aos pés do celeste infante

Vai depor seus donativos:

 

Frutas, doces, sazonadas,

Ramalhetes de açucenas,

Cera, peles delicadas,

Pombinhos de brancas penas.

 

São as joias que os pastores

Dão ao Deus onipotente!

E o povo aplaude os cantores

E o espetáculo inocente.

 

Eis o presepe singelo

Da devoção popular;

Oratório alegre e belo

Sagrado risonho altar!

 

 

Página publicada em junho de 2015


 

 

 
 
 
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