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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




MENEZES Y MORAIS

Menezes y Morais  é o pseudônimo de José Menezes de Morais, jornalista e professor. Nasceu e viveu a infância em Altos, Piauí. Está em Brasília desde 1980. Sua estréia literária foi em 1975 com Laranja partida ao meio. Já publicou nove livros de poesia (até 2005), sendo o último Na micropiscina da lágrima feliz (Brasília, 1999). É um promotor cultural, liderando o Coletivo de Poetas, movimento criado em 1992 que leva amantes da poesia e da música para encontros em bares da cidade.

 

 

Extraído de:

BRIC A BRAC    21 ANOS   MAIOR IDADE.  Brasília: Caixa Cultura, 2007.  112 p. ilus. col.  23x21 cm.. Exposição comemorativa . Curadoria e projeto expositivo: Marilia Panitz.   Coordenação Geral: Luis Turiba.  Inclui poemas visuais e arte gráfica.  Inclui poemas visuais de Luis Turiba, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Zuca Sardanga, Nanico, Franciso Kaque, Wagner Barja, Paulo Andrade, Antonio Miranda, Bernardo Vilhena, Paulo Cac, Ariosto Teixeira, Elizabeth Hazin, José Paulo Cunha, Fred Maia, Nicolas Behr, Claudius Portugal, Ronaldo Cagiano, TT Catalão, Francine Amarante, Adeilton Lima, Maria Maia, Ronaldo Augusto, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, José Rangel Farias Neto, Menezes e Morais, Cristiane Sobral, Eduardo Mamcasz, Vicente Sá, Nance Las-Casas, Bic Prado, Angélica Torres Lima, Flavio Maia, Ronaldo Santos, Joanyr de Oliveira, Sylvia Cyntrão, Carlos Roberto Lacerda, Carlos Henrique, Fernanda Barreto,  José Edson, Vera Americano, Alice Ruiz, André Luiz Oliveira, Carlos Silva, Charles Peixoto, José Roberto Aguilar, Estrela Ruiz, Renato Riella, Chico César, Francisco Alvim, José Roberto da Silva, Eudoro Augusto, Amneres, Gustavo Dourado, Alexandre Marino, e ilustradores: Resa, e fotógrafos, etc. 

 

 

INCÊNDIO

 

Como o sol fecunda o dia

tu estás em mim

eu estou em ti

 

                                     Neste transitório incêndio

                       água da certeza

                                     Feito um grito livre

                       na garganta presa

 

 

AMANHECER DA AMADA COM PÁSSAROS Y ESTRELA

 

Bom dia Amiga

lá fora

agora

os pássaros já trabalham suas cantigas

É hora de seguir a estrela

 

 

OFERENDA (SOL – ESTRELA)

 

Trago-te esta estrela da tarde

colhida no azul do mais puro céu

E a certeza da vida que se faz sentida

com a argila das mãos

e o barro dos pés

- o sonho concretizado –

Trago-te ainda os metais desses pássaros de ofício

nos tons jorrantes de suas cachoeiras

E a ternura dessa tarde

que escorre macia

entre o cio da paz

e o por de sol dos teu cabelos

 

A CONFISSÃO DO AMOR

 

Carrego comigo

        estas cicatrizes

             dos amores qu´eu tive

 

Eu

cúmplice

de mim

          na manhã do ser

          enquanto

          se

 

 

É FRIA

 

Cada momento tem sua carga

de plenitude

Não queira impedir o seu caminho

 

 

Extraídos de Outros cantares de igual teor. Brasília> Ed. Autor, s.d.

   

 

outra canção da lua

 

quantas luas

ainda verei?

 

espero tantas

quantas são

as fases tuas

 

na plenitude

das luas

que sempre amei

 

quantas luas

teremos de luz

 

ainda que os olhos

mergulhem nas trevas

 

nas terras

em que nunca andei

?

 

seres exalam amor

 

de concreto  a alma  o passa  a vulva  a fala

 

o arco-íris se esvai em gotas de colírio e de mormaço

na ternura de outra ilha

 

seres exalamar

 

a alegria geral completa personal bank do teu

pasto

 

tem cárie na virtualidade do sorriso?

 

o amor-massa palhaço dá o tom do qu´eu digo

e melodiza o qu´eu faço

 

a vida é enigma do homem?

o homem é inimigo da raça?

 

a morte é troféu da vida

ou a vida é a mais valia da praça?

 

 

na retina do tempo

 

quem cuida da saúde dos animais

                   quando eles estão doentes?

                             algumas espécies

          fazem o autocatamento de piolho

e os pássaros celebram o dia

na orquestra do canto

                 enquanto isso

o tempo escorre indiferente

          na retina do olho de Deus

 

 

primavera de si

 

a usina do tempo

turbina a aurora

no cio de si a felicidade se renova

 

 

Extraído de Na micropiscina da lágrima feliz.  Brasília: Ed. do Autor, 1999.

 

 

INFINITO DO HOMEM - `poema de Menezes Y Morais.
Música: Jorge Antunes       Soprano: Janette Dornellas
Piano: Mariuga Lisbôa Antunes
00:03:33

Brasília, abril de 2010

 

De

Menezes y Morais
O ROCK DA MASSA FALIDA

Fotografias de Cristina Bastos, Susana Dobal e Usha Pontes.
Brasília: Cultura gráfica e editora, 1992? 112 p.

 

EXÍLIO

 

Muitrovão é sinal de pouchuva

Diz o povo em meio a salivas e saúvas

Exilo-me da dor

no país da tua ternura

                   Carrego solidário a chave de uma porta

                   a caminho da sua fechadura

Para que o homem um dia livre enfim

liberte o homem em direção ao sonho

                   A bocaberta sinaliza o paraíso

Exilo-me da dor

no país da tua ternura

 

 

PORRE

 

Como reagirias se me encontrasse

porre de amor

interfonando em teu coração

com um buquê da dívida externa nas mãos

e a certeza de que a dúvida da flor

é ser perfume?

De que forma reagirias

se me encontrasses poesia

passando fax prá tua filosofia?

 

 

 

MORAIS, Menezes y.  O livro das canções de amor &  Outros cantares de igual teor.  Brasília: Edição do Autor, 1988:  19 p  ilus.  Ilustrações de Flora Regina Karam.  Capa: Flora Regina Karam e Reginaldo Feitosa.  15x21 cm.  Edição alternativa. 

 

A PAIXÃO DO TEXTO

 

libre solinverso

prá lá do cá prá cá do si

do ré fá sol lá se

esperança do texto jogos de palavras jogos de poder

é preciso olhar no olho do futuro

símbolos d'ódio - vamos destruir os muros?

atemporalidade do ser

ser ainda é desafio

doidadobviedades capoeira erva cidreira e canapuns

ainda e sempre

o bicho homem

a saga de uma certa espécie

que pode ser varrida

da face do mistério

 

 

 

MENEZES Y MORAES.  Na micropiscina da lágrima feliz.  Brasília, DF: edição do autor, 1999.  128 p.  15x21 cm. Desenhos, capa e contracapa: Topninho de Sousa;  “Menezes y Moraes”  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

misério

 

sinais particulares não os tem

exceto uma estranha luz que sai

das palavras gestadas em sua boca

melhor dizendo do objeto

não identificado da vida

encravado na sexta-feira santa do olho

sinais particulares constam sim

no mapa universal do corpo

carícias do tempo

tatuagens da existência

risco de felicidade pronta entrega

detonam a tristeza dessa gente

o não identificado amor bate nos dentes

do objeto identificado do sorriso

sinais públicos ele os tem sim

rastreados no raio x do paraíso

 

 

 

VI

 

a velocidade do olho no raio da distância

é ponta de lança

 

o ser persegue a primavera

no aço da utopia

 

e o raio da visão alcança

"as promessas divinas da esperança"

 

paraíso negado no estado da falácia

nega branca cadê o amarelo e o Índio coração da

raça?

 

 *verso de Castro Alves no poema “Navio Negreiro”.

 

 

  

 

 

MENEZES Y MORAES, poeta piauiense residente em Brasília, em entrevista a Antonio Miranda, na Biblioteca Nacional de Brasília, fala sobre o Coletivo de Poetas e as antologias que ele publicou, e sobre seu romance lançado agora pela Thesaurus Editora (início de setembro de 2011).

Um dos cartazes de divulgação da I BIENAL DO B – A POESIA NA RUA, realizado no Espaço Cultural T-Bone, em Brasília, 2011, em substituição à II BI – Bienal Internacional de Poesia de Brasília.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   -  TEXTOS EN ESPAÑOL


POETAS BRASILEIROS.  Porto Alegre: Sul-Americana, 1992.   160 p.  (Col. Poetas Latino-americanos, v. 1)  Capa: Chico Quevedo.
Revisão final Português: Luciana Fim Wickert.  Revisão final Português: Hector R. Pastorim.  edição bilingue   Português-Espanhol.                           
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Elegia do mito

Há algo
no mito

que não
existe

Talvez
o pranto

Quiça
o ciso

Escama
da lágrima
do paraíso

Há algo
no mito

que não
existe

Quem sabe
o canto

de um dia
preciso

 

       Hai cais ocidentais

       Quando os milhos
       milharem
       colherei teu ser


             Teus cabelos
             entre o milharal
               Tranças d´outono


       O dia em cio
       meus olhos vadios
       em tua poesia


TEXTOS EN ESPAÑOL
Tradução por Washington Gularte
 e Roberto Mara l(de Catia Corrêa)


Elegía del mito

 

Hay algo
en el mito

que no
existe

Tal vez
el llanto

Quizás
la muela de juicio

Escama
de la lágrima
del paraíso

Hay algo
en el mito

que no
existe

Quien sabe
el canto

de un día
preciso

 

 

       Hai cais occidentales

       Cuando los maíces
       maduren
       recogeré tu ser


             Tus cabelos
             entre el maizal
             Trenzas de otoño

                           
                    El día em celo
                    mis ojos vagan
                    en tu poesía

 

*

Página ampliada em janeiro de 2022

 

Página ampliada e republicada em julho de 2017

 


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