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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



FÁBIO CARVALHO


tem 30 anos, é agrônomo, escritor e compositor.

Desde 2001, contribui com a elaboração de conteúdo, escrita e publicação de materiais didáticos destinados à educação popular, a partir do trabalho desenvolvido por movimentos sociais e ONGs comprometidas com a luta anti-capitalista. A maioria dos materiais já publicados são cartilhas relacionadas, principalmente, aos temas sociedade e meio ambiente e agroecologia. Ao todo, já passam de trinta publicações.  

Enquanto compositor, dentre os principais trabalhos, pode-se destacar a gravação e produção independente de dois CDs autorais intitulados “Tô em casa” (2004) e “Povo Lindo Misturado” (2005) e a produção do CD infantil “Trilha sonora da peça Conta Outra, Clarice – Adaptação da obra de Clarice Lispector” (2007), que também contém músicas próprias.

Recentemente, publicou pela Thesaurus Editora, o livro A Constituição da poesia, seu primeiro livro publicado.

 

 

a constituição da poesia

(fragmentos)

 

Título I

Dos Princípios Fundamentais

 

 

Art. 1º Poesia, a princípio, é só uma palavra. Palavra, artifício, que pertence aos poetas. Poetas que, por vício, manifestam-se ora pela ausência, ora pela presença da poesia.

Parágrafo único. A palavra poesia também pertence àqueles e àquelas que simplesmente a soltam no ar, a encontram estampada ou a presenciam soando. E pertence a mais gente... E pertence a melodias... 

 

Art. 2º Além da singela palavra, a poesia pode, de repente, ser um precioso sentimento, observadas as seguintes características:

I – um sentimento que não se define com frases de efeito. O que é sentir a poesia todos sabem e, ao mesmo tempo, não sabem direito;

II – um sentimento que não se sente facilmente com tão poucos sentidos, pois o sentir não tem gosto, nunca foi visto, não tem cheiro, não se tateia e nem entra pelos ouvidos.

Parágrafo único. A poesia já foi, é e poderá ser sentida em inúmeras situações, quase sempre boas. Não depende da cor, do sexo, da religião, da idade e, às vezes, nem da intenção das pessoas. Não depende nem de saber definir o que é poesia, nem de saber senti-la. Em muitos momentos, ou em surpreendentes e impressionantes tipos de relação, o determinado estado de espírito é suficiente para a poesia surgir sentida.

 

 

Art. 3º Sendo um precioso sentimento, a poesia naturalmente poderá se transformar em gestos, feitos, maneiras de agir, compreendendo que:

I – ações individuais e coletivas quase sempre regem a vida;

II – a vida também é organizada, além de acontecer;

III – as formas de organização são politicamente definidas;

IV – a política, certamente, poetizada pode ser;

V – a poesia manifesta o amor de infinitas maneiras;

VI – qualquer amor tem a seriedade como suporte;

VII – a seriedade tem o sorriso como norte;

VIII – o sorriso é um poema em tom de brincadeira.

Parágrafo único. A poesia pode ser politizada.

 

... 

 

 

Art. 7° Aos cânthicos e toadas, afagos de qual mellodia, cabe sempre lembrar o ilustre poeta que, ao criar o Estatuto do Homem, anunciou o óbvio por saber poetizar. Compete a todos, assim, ler e reler os seus artigos que, por fim, eliminam a palavra liberdade dos dicionários e a colocam em seu devido lugar.

 

... 

 

 

Capítulo II

Da União  

 

Art. 20 Caso o namoro vire casório, compete ao casal fechar os olhos, procurando entrelaçar emoção e razão, certos de que a primeira nos faz voar e a segunda nos traz ao chão.

§ 1º Antes de se entregar à poesia conjugal, fazer um favor a si próprio e a quem irá te poetizar. Fazer primeiro a mente, com o coração, de mão dada andar.

§ 2º É necessário, da mesma forma, abrir os olhos e olhar bem dentro dos olhos da pessoa querida, até onde a vista alcança. Tentar ver se o brilho dos olhos ainda traz algo de criança. O ideal é acreditar na poesia verdadeira em toda e qualquer instância, principalmente se esta poesia também lhe faz voltar à infância.

     § 3º À vivência poética, cabe sempre ao casal procurar o arrepio espontâneo que envolve a alma, quase sempre oculta. Sentir este arrepio é perceber o que foi perdido na passagem para a fase adulta.

 

Art. 21 Por mais óbvio que pareça, para cada atitude tem uma reação. Por isso, é preciso se dedicar ao máximo e prestar muita atenção.

§ 1º O corpo responde a toques, a gestos, a palavras e a olhares. Os olhares respondem a gestos, a palavras e a toques no corpo, que pede mais... E assim a cada toque, a cada gesto, a cada palavra e a cada olhar, o corpo vai agindo e reagindo, transmitindo paz...

§ 2º Entre as peles tem que ter sintonia. Entre as carnes também. O mesmo deve-se aos ossos, aos cabelos, pêlos e as águas do corpo que vão e vêm... 

 

Art. 22 Se não for pra ser bom, não vale a pena o envolvimento. Até mesmo a desconexão não pode ser vista como problema, como tormento.

Parágrafo único. Se em alguns momentos não conectar, há que se tirar disso um proveito. Basta os motivos do fato procurar, com calma, bom senso e respeito. Se não conectar em vários momentos, há também que se tirar disso um proveito. Basta transformar o relacionamento e experimentar de outro jeito.  

 

Art. 23 Aos beijos e abraços, viníciuos de qual amor a maeis, cabe lembrar outro ilustre poeta, que ao compor a paixão, ensinou sobre a vida amorosa ao poema e à canção. Compete aos amantes, desta maneira, cantar e recitar a sua poesia conselheira, principalmente aquela que conjuga eternidade e duração. 

 

... 

 

 

Capítulo IV

Do Sistema Financeiro Nacional 

 

Art. 50 Sobreviver, bem como favorecer a própria existência, não dependerá de dinheiro algum. Por isso, a fim de constituir a poesia, o Sistema Financeiro Nacional será regido por um princípio a todos comum: a vida é provida por uma dádiva, que ávida convida a viver.  Sem o medo e a dúvida da dívida indevida que endivida o indivíduo, devido ao mesmo não poder pagar para ter.

       Parágrafo único. Como se já não bastassem às palavras derivadas devidas, a idéia assim resolvida, diga-se de passagem, de forma bastante atrevida, precisará ser necessariamente absorvida para, se possível, ser por aí ouvida e, assim, quem sabe, ninguém jamais se olvida.

 

Art. 51 É vedada, é evidente, a exploração do ser humano pelo ser humano e a conseqüente concentração de dinheiro na mão de poucos, em poucas mãos.

      Parágrafo único. A vedação deste artigo se refere tanto ao dinheiro em moeda guardado num porquinho de barro, quanto ao dinheiro que num passe de mágica passa pelas teclas de um teclado, vira número digitado, quase ultrapassa a tela do computador e, assim, limita e escassa a vida do pobre e explorado trabalhador.

 

Art. 52 Aos berros, toldos pelas brechtas, cabe sempre lembrar outro ilustre poeta, que ao lançar a pergunta, ironiza o óbvio por já ter a resposta. Compete a todos, portanto, estudar a diferença entre um assalto a um banco e, pelo mesmo banco, as regras impostas. 

 

 Título VIII

Da Ordem Social 

 

Capítulo I

Disposição Geral  

 

Art. 53 A fim de garantir a poesia, a palavra ordem será falada, escrita ou pensada desacompanhada de qualquer dissabor.

§ 1º Quando surgir agressiva e arrogante, no início, no meio ou no fim de uma frase, que as letras presentes por perto se rebelem e, insistentemente, discordem.

§ 2º Quando a ordem dos fatores não alterar (ou alterar) o produto esperado, que não seja um problema, pois há sempre fatores a serem ordenados e um desarranjo que se ordena.

     § 3º Quando um poema ordenar um canto tímido e necessário, que as notas cresçam seguras de si e voem longe... 

 

Página publicada em agosto de 2008




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