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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





GASTRONOMIA

 

Minha língua passeia

sobre teu corpo

em busca dos seus sabores ...

Aqui,

tâmara e mel;

acolá,

generoso vinho,

— presunto de Parma e figo ...

 

(Um frêmito te percorre

e contagia meu corpo inteiro).

 

Há partes que, mesmo quentes,

lembram sorvetes de mangaba,

sapoti, maracujá ...

Ali (ah! ali!)

há sabor de mar,

e mar é vida

— essa vida que te faz  tremer,

gemer e, em êxtase,

murmurar meu nome ...

 

 

DOCE E ABENÇOADO

 

Teus glúteos em mim colados,

meu falo por ti sugado,

no teu sexo um sabor salgado

mas tudo é muito doce

— doce e abençoado .

 

 

LÚDICO E BULIÇOSO

 

Lúdico,

nosso amor é riso,

exala perfumes,

tem sons de guizos ...

 

Buliçoso, .

esse amor brinca.

A alma se enternece,

o corpo, saciado, descansa

— se encanta, quer mais ...

 

 

ESTAÇÕES

 

Vivi em ti todas

as minhas primaveras.

Nos verões do teu sexo

aqueci minha vida.

Agora, nesta outonal distância,

espero e temo

— tremo! —

o inexorável inverno

que se aproxima.

 

 


Capa do livro Do Despertar da Lembrança - Thesaurus Editora - 2001.
Segue
m poesias em português e, ao final, uma em espanhol. 



DA CONSTRUÇÃO DO INFINITO


...e no dia em que eu te possuir,
ejacularei estrelas,
plantarei universos
e, no teu ventre,
germinarei a luz.

Depois que eu te possuir,
renascerão o sonho
e a fantasia.
Morrerá a realidade
e construiremos o infinito.

- Seremos como um deus...


ANÁTEMA*

Ai de ti,
mente perversa,
que geraste o medo
no coração da inocência!
Ai de ti,
mente degenerada,
que criaste o perigo
no coração da beleza!
Ai de ti,
mente crapulosa
que construíste a morte
no coração da vida!
Ai de ti
mente inexistente,
fedor da terra,
cloaca do mundo!
Ai de ti! Ai de ti!

*Aos que, por dinheiro, destroem a natureza.


ESCURIDÃO


Ontem,
apaguei os pirilampos
e fiquei completamente no escuro...


FUGA PARA O HORIZONTE

Tu és meu porto
de sonho e mar,
cantiga e vento.

Tu és meu porto,
minha porta,
- fuga para o horizonte.

(Do livro Do Despertar da Lembrança
Thesaurus Editora - 2001)



AMARGO DESTERRO

Vou-me embora.
Não sei para onde,
não conheço os novos
caminhos.

- Passárgada rejeitou-me.

Vou partir.
Sem destino, sem rumo
sem pátria nem fé.

- Passárgada exilou-me.

Estrangeiro em lugar estranho,
sem parentes nem companhia,
sem rei amigo,
nem mulher amada,
sem cama para escolher.

- Amargo desterro!


RETRATO DA ANGÚSTIA NO ESPELHO

Olho-me no espelho...
Já não me vejo,
sou outro.
Rio e o outro ri.
Seus olhos, no entanto,
desmentem o riso.
No seu peito,
é certo, suspeita-se
o pranto...

Eu,
aqui tão sem jeito,
revejo nessa alma
(ah! alma minha!)
aquela dor
- já velha, antiga dor
que o sorriso impede
e que naqueles olhos baços vive, habita, s'esconde e dança
sem nos deixar esperança.


IMUNDÍCIA

Se a água da chuva
molhar meu corpo,
não o lavará da dor.
Nem mares, nem lagos,
nem rios, diamantinos riachos
- água nenhuma lavará
a imundícia desta dor
em mim plantada.

Mais ainda
doerá o lugar onde
enlameada,
envolta em triste
e suja caligem,
morre uma alma
na irracional noite,
despida de toda luz,
em que a palavra
amor
soa maldição.

O que fazer
com uma
alma morta?
Que enterro lhe dar?
Qual o destino
de quem a carrega?

- Talvez o saiba o diabo
e disso se aproveite....


CANÇÃO DO POETA ANOITECIDO

O poeta entardece.
A noite já o toca.
Uma canção escura
suja-lhe os ouvidos,
adensa a escuridão.

- Onde a luz?

Tudo (odes, cantos,
poemas de ontem)
transfigurado
em pássaro silente.

- Onde o som?

O poeta anoitece.
Sua canção,
perdida na escuridão
e no silêncio,
fenece...

- Onde a vida?

 

MARINHO, Antônio Albino P.  Do despertar da dor (e alguns poemas amenos).  Brasília, DF: Thesaurus; FAC, 2004.  93 p.  15x15 cm.  Capa: Celina Lima Verde.   ISBN 85-7062-454-9  “ Antônio Albino P. Marinho “  Ex. bibl. Antonio Miranda


AUTO-RETRATO

Sou um velho poema
desbotado
- sem brilho nem cor.
Sou um velho poema
maltratado
- sem e feios musa, nem som.

Sou um velho poema
desesperado
que louva a morte,
difama a vida,
e todos os versos,
escurecidos
(imundos de dor!),
refletem apenas
a alma emerdecida...
Sou um velho poema
desbotado
- sem brilho nem cor.
Sou um velho poema
maltratado
- sem e feios musa, nem som.

Sou um velho poema
desesperado
que louva a morte,
difama a vida,
e todos os versos,
escurecidos
(imundos de dor!),
refletem apenas
a alma emerdecida...

(Do livro Do Despertar da Dor, no prelo)

 


DESOBEDIÊNCIA

Eu quero de novo
teus olhos nos meus,
meus olhos nos teus,
tua boca na minha
minha boca na tua,
meu corpo no teu,
teu corpo no meu...

Eu quero de novo
aquele tempo
em que, uníssonos,
nossos corpos
desobedeciam as
leis da física e,
em novíssima equação,
ocupavam o mesmo
lugar no espaço...

Eu quero de novo
aquele tempo
em que desafiávamos
as leis da física e,
imponderáveis,
flutuávamos no espaço
equacionando o amor...


GASTRONOMIA

Minha língua passeia
sobre teu corpo
em busca dos seus sabores...
Aqui,
tâmara e mel.
Acolá,
generoso vinho,
presunto de Parma
e figo...
(Um frêmito te percorre)
Há partes que,
mesmo quentes,
lembram sorvetes de mangaba,
sapoti, maracujá...

Ali (ah! ali!)
há sabor de mar,
e mar é vida
- essa vida que te faz tremer,
gemer e, em êxtase,
murmurar meu nome..


MACIEZ E BRASA

No céu,
lua nova.
Nos teus olhos,
lua cheia.
No teu corpo,
fulgor de
sol do meio dia.

- No teu sexo,
maciez e brasa...

(Do livro Do Despertar da Libido, em preparo).


MIEDO Y MIEL
(Musicado por Osinete Marinho)

Mis oscuros ojos de poso
te miran como se fueras
la luna.
Mis vivos ojos de pájaro
te miran como se fueras
el nido.
Mis flacos ojos de viejo
te miran como se fueras
la fuerza.
Mendigantes ojos de hombre
te miran como se fueras
la vida.

Mis ojos,
mis grandes ojos de poesía,
te miran como se fueras
eternidad.

- Miedo y miel.

 

 
 

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