MOREIRA CAMPOS
José Maria Moreira Campos (Senador Pompeu, 6 de janeiro de 1914 — Fortaleza 6 de maio de 1994) foi um contista brasileiro considerado um dos mais importantes do gênero no país, com obras traduzidas para o alemão, francês, hebraico, italiano e inglês.
Filho do português Francisco Gonçalves Campos e Adélia Moreira Campos. Ingressou na Faculdade de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1946. Licenciou-se em Letras Neolatinas em 1967, na antiga Faculdade Católica de Filosofia do Ceará.
Na área do magistério iniciou-se como professor de Português, Literatura e Geografia em colégios. Exerceu o magistério na Universidade Federal do Ceará, no Curso de Letras, como titular de Literatura Portuguesa. Integrante do Grupo Clã. Pertenceu à Academia Cearense de Letras.
Em 1924 a família, após andanças pelo interior do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, por ser o pai construtor de estradas, fixa-se em Lavras da Mangabeira. Em 1930 passando por sérias dificuldades, mudam-se para Fortaleza. Em 30 de outubro, falece em Quixadá o pai do escritor, aos 47 anos. Em abril de 1932, falece Adélia Moreira Campos, mãe do escritor, aos 47 anos.
Em 14 de dezembro de 1937, casa-se com Maria José Alcides Campos. Deste casamento, nascem três filhos: Natércia, Marisa e Cid. Em 1943 dá-se a fundação do Grupo Clã. Em 1946 é bacharelado em Direito pela Universidade Federal do Ceará.
Em 1965 torna-se catedrático de Literatura Portuguesa do curso de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará.
Nos anos de 1970-1971 é chefe do Departamento de Letras Vernáculas, membro do Conselho Departamental da mesma unidade. Decano do Centro de Humanidades da UFC, nos anos de 1973-1979 é escolhido Pró-reitor de Graduação da UFC.
Obras:
1949 Vidas Marginais, contos; distinguido com o Prêmio Artur de Azevedo, do Instituto Nacional do Livro; 1957 Portas Fechadas, contos; 1963 As Vozes do Morto, contos; 1969 O Puxador de Terço, contos; 1971 Contos Escolhidos, contos; 1976 Momentos, contos; 1978 Os 12 Parafusos, contos; 1981 10 Contos Escolhidos, contos; 1985 A Grande mosca no copo de leite, contos; 1987 Dizem que os cães vêem coisas, contos.
Biografia: wikipedia.
LITERATURA Revista do Escritor Brasileiro. No. 7. Dezembro 1994. Publicação semestral da Editora Códice. Brasília, DF. Editores: Nilto Maciel, Emanuel Medeiros Vieira e João Carlos Taveira. Capa: Guitarista canhoto solando o “Concerto de Aranjuez” de Jorge Otávio.
Ex. bibl. Antonio Miranda.
TRANSCENDÊNCIA
É Ele o dono da matéria eterna,
faz dela o que quiser, a Seu talante.
Modifica, modela, tudo alterna,
e como nasce o anão, nasce o gigante.
É tarefa incansável, sempiterna:
vai e volta ao mar a gota rutilante,
a rosa que brotou tão pura e terna
pode tornar-se espinho noutro instante.
E dessa ordem, portanto, surgirá
a nova forma que Ele plasmará,
princípio e fim de tudo, eu imagino.
Esta é a lei, decerto, esta é a norma.
Se a matéria, que é Sua, Ele a transforma,
não vai preocupá-lo o meu destino.
Página publicada em setembro de 2019
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