Foto e biografia: wikipedia
ÁLVARO BOMÍLCAR DA CUNHA
Álvaro Bomílcar da Cunha (Crato, 14 de abril de 1874 — 12 de setembro de 1957) foi um poeta e professor brasileiro.Era filho de Fenelon Bomílcar da Cunha e Ana de Alencar Bomílcar e aos 14 anos de idade partiu do Crato para o Rio de Janeiro. Funcionário do Tesouro na capital federal, foi transferido entre diversas unidades da Federação.
Sócio-fundador do movimento subsequente à Padaria espiritual, o Centro Literário, iniciado em 27 de setembro de 1894, contava também com um semanário, intitulado: "Iracema", criada a partir de 1895.Como jornalista, fundou os periódicos “A Pátria” (MT), “O Sertanejo” (periódico literário) e “O Paliadiom” (semanário artístico) no Rio de Janeiro. Redator de “República” (Belém), “Federação” e “Amazonas” (Manaus).
Foi patrono da cadeira nº 8 do Instituto Cultural do Cariri. Uma rua na cidade de Fortaleza, tem seu nome em homenagem ao autor. Preocupou-se com a temática do racismo, num contexto do abolicionismo e da inserção do Negro no mercado de trabalho.
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
A BÍBLIA VERDE
Vive feliz e morre como um santo,
O campônio, o caipira, o sertanejo,
Que, à distância de um pobre lugarejo,
Habita, em paz, bucólico recanto.
Pois, quando a noite estende o negro manto,
Dorme sem ambição e sem desejo...
E quando o sol envia o louro beijo,
De manhã, se levanta sem quebranto.
Feliz, porque nasceu de pais obscuros,
E morrerá na rústica pureza,
Na boa fé dos sentimentos puros!
Sem ciência, nem livros em que estude,
Só sabe ler, conforme a Natureza,
— A Bíblia Verde da existência rude!
Página publicada em dezembro de 2019
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